sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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44% das mortes por câncer são ligadas a fatores de risco, diz estudo

Um estudo publicado na revista científica “The Lancet” aponta que o tabagismo, o consumo de álcool e o alto índice de massa corporal estão no topo da lista dos fatores…

Um estudo publicado na revista científica “The Lancet” aponta que o tabagismo, o consumo de álcool e o alto índice de massa corporal estão no topo da lista dos fatores de risco para o desenvolvimento de câncer. Casos da doença associados a esses e a outros fatores (veja mais abaixo) foram responsáveis por quase 4,45 milhões de mortes no mundo em 2019. O número representa 44,4% de todas as mortes por câncer naquele ano.

A pesquisa é uma revisão do estudo Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors (Carga Global de Doenças, Lesões e Fatores de Risco), que inclui os dados globais de saúde mais atualizados de 2019.

Ao todo, foram contabilizados 34 fatores de risco comportamentais, metabólicos, ambientais e ocupacionais que contribuíram para mortes e problemas de saúde devido a 23 tipos de câncer em 2019.

Hierarquicamente, os cinco fatores mais prejudicais são:

fumo,
consumo de álcool,
uso de drogas,
dieta com baixo valor nutricional,
sexo desprotegido.

Essa é a primeira estimativa dos fatores que contribuem para as mortes por câncer que considera dados como demografia, doenças e lesões, fatores de risco, previsão populacional e cobertura universal de saúde.

“Este estudo ilustra que a carga do câncer continua sendo um importante desafio de saúde pública que está crescendo em magnitude em todo o mundo. O tabagismo continua a ser o principal fator de risco mundial para o câncer”, diz Christopher Murray, diretor do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME) da Escola de Medicina da Universidade de Washington e co-autor do estudo.

Risco comportamental
Os fatores de risco comportamentais citados (fumo, consumo de álcool, uso de drogas, dieta com baixo valor nutricional e sexo desprotegido) foram responsáveis ​​pela grande maioria dos diagnósticos de câncer globalmente, causando 3,7 milhões de mortes em 2019.

“Nossas descobertas podem ajudar os formuladores de políticas e pesquisadores a identificar os principais fatores de risco que podem ser direcionados nos esforços para reduzir as mortes e problemas de saúde por câncer regional, nacional e globalmente”, diz Murray.

Quase 2,88 milhões de mortes de homens (50,6% de todas as mortes por câncer neste grupo) podem ser atribuídas aos motivos estudados, em comparação com 1,58 milhão de mortes de mulheres (36,3%).

Já as mortes globais por câncer devido aos fatores de risco cresceram cerca de 20,4% no período entre 2010 e 2019. O nível de desenvolvimento dos países foi outro índice que impactou a questão, uma vez que países menos desenvolvidos apresentaram sexo desprotegido como o principal fator de risco para problemas de saúde.

“Não é por acaso que os comportamentos associados ao maior risco de câncer são padronizados de acordo com a pobreza, particularmente dentro dos países. A pobreza influencia os ambientes em que as pessoas vivem, e esses ambientes moldam as decisões de estilo de vida que as pessoas são capazes de tomar”, dizem Sarfati e Gurney.

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