quarta-feira, 25 de setembro de 2024
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Taxa de desemprego cai para 9,1%, a menor desde dezembro de 2015

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,1% no trimestre encerrado em julho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o…

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,1% no trimestre encerrado em julho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o menor índice da série desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%.

A falta de trabalho, no entanto, ainda atinge 9,9 milhões de pessoas, menor nível desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em junho, a taxa de desemprego estava em 9,3%, atingindo 10,1 milhões de pessoas.

Na mínima da série histórica, registrada em 2014, a taxa chegou a 6,5%.

Principais destaques da pesquisa
Desemprego caiu para 9,1%, menor índice da série desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015
Número de desempregados recuou para 9,9 milhões de pessoas
Contingente de pessoas ocupadas bateu recorde: 98,7 milhões
População subutilizada caiu para 24,3 milhões de pessoas
Pessoas fora da força de trabalho caíram para 64,7 milhões de pessoas
População desalentada (que desistiu de procurar trabalho) caiu para 4,2 milhões
Taxa de informalidade foi de 39,8% da população ocupada
Número de trabalhadores informais chegou a 39,3 milhões
Número de empregados sem carteira assinada foi o maior da série: 13,1 milhões
Número de empregados com carteira de trabalho assinada subiu para 35,8 milhões
Trabalhadores por conta própria atingiram 25,9 milhões de pessoas
Número de trabalhadores domésticos ficou em 5,8 milhões de pessoas
Número de empregadores foi de 4,3 milhões de pessoas
Rendimento real habitual ficou em R$ 2.693 – apesar da alta em relação ao trimestre anterior, ainda acumula queda no ano

Precariedade do mercado de trabalho
A população ocupada chegou a 98,7 milhões de pessoas, o maior nível da série histórica da pesquisa, em 2012.

Os dados do IBGE, no entanto, mostram a fragilidade desse crescimento: o número de trabalhadores informais foi o maior da série, ficando em 39,3 milhões, 559 mil a mais que no trimestre encerrado em abril. Já a taxa de informalidade ficou em 39,8% da população ocupada.

Fazem parte dessa população informal os trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares.

Comércio e administração pública puxam queda
Segundo o IBGE, duas atividades influenciaram a queda do desemprego em julho. Em Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, houve acréscimo de 692 mil pessoas no mercado de trabalho (3,7%) em comparação com o trimestre anterior.

Já Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais tiveram incremento de 648 mil pessoas (3,9%).

“Essas duas atividades, de fato, foram destaques, mas cabe ressaltar que nenhum grupo de atividade econômica apresentou perda de ocupação. Ou seja, todos os setores adicionaram pessoas ao mercado de trabalho”, afirma a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy.

Em relação ao trimestre encerrado em julho de 2021, apenas o setor de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura não apresentou crescimento na população ocupada.

Sem carteira batem recorde
O número de empregados sem carteira assinada chegou a 13,1 milhões, maior número desde o início da série histórica, em 2012. O crescimento foi de 4,8% no trimestre (mais 601 mil pessoas) e 19,8% (2,2 milhões de pessoas) no ano.

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) também subiu: 1,6% contra o trimestre anterior, alcançando 35,8 milhões.

O número de trabalhadores domésticos ficou em 5,9 milhões de pessoas, alta de 4,4% frente ao trimestre anterior e de 14,1% (mais 718 mil pessoas) no ano.

Já a quantidade de trabalhadores por conta própria foi de 25,9 milhões de pessoas, crescimento de 1,3% (326 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o avanço foi de 3,5% (mais 872 mil pessoas).

O número de empregadores cresceu 3,9% no trimestre (mais 162 mil pessoas), ficando em 4,3 milhões de pessoas, e 16,2% (597 mil pessoas) no ano.

O número de empregados no setor público (12 milhões) cresceu 4,7% no trimestre e 5,1% no ano.

Rendimento médio
O rendimento real habitual recebido pelo trabalhador foi estimado em R$ 2.693 no trimestre encerrado em julho – 2,9% maior que no trimestre anterior, mas 2,9% menor em relação ao mesmo período de 2021, quando o país ainda sofria os efeitos da pandemia.

O aumento foi puxado pelo rendimento dos empregadores (6,1%, ou mais R$ 369), dos militares e funcionários públicos estatutários (3,8%, ou mais R$ 176) e dos trabalhadores por conta própria (3% ou mais R$ 63).

“A última vez que houve crescimento significativo foi há exatos 2 anos, no trimestre encerrado em julho de 2020”, afirma Adriana Beringuy.

Já a massa de rendimento real habitual foi R$ 260,7 bilhões, aumento de 5,3% frente ao trimestre encerrado em abril e de 6,1% na comparação anual.

Pnad x Caged
Na segunda-feira (29), o Ministério do Trabalho informou que o país gerou 218,9 mil empregos com carteira assinada em julho – uma piora em relação a julho do ano passado, quando foram criados 306,5 mil empregos formais.

Os dados, no entanto, não são comparáveis com os números do desemprego divulgados nesta quarta pelo IBGE. Isso porque os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, isto é, não incluem os informais.

Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.

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