Os leitores do portal Região Noroeste podem ter estranhado – acho que sim – minha ausência como escritor desta página. O último artigo enviado por mim (Minha porta estilhaçada. Quem foi?) completou um ano em junho de 2022 e ficou no ar por todo esse tempo. Relaxo? Não! Fiz de propósito!
Mas, por quê?
Vamos lá. No artigo (não é uma reportagem) contei detalhes de como um bandido estilhaçou a porta do apartamento onde morei por quase dois anos, no centro de Fernandópolis, em frente ao consultório do médico Avenor Bim.
Dei detalhes, como horário do fato, o estrago no imóvel e a possível causa do atentado: político.
Assim, decidi “abandonar” temporariamente o uso deste espaço porque queria que o maior número de pessoas possível lessem o que escrevi e soubessem o que aconteceu. E acho que o objetivo foi alcançado, porque recebi dezenas de manifestações e comentários de leitores do portal.
A maioria concorda comigo de que o objetivo era a intimidação, por conta de meus comentários na Rádio Difusora e reportagens na internet, incluindo o Região Noroeste e o extinto TV Maxxi, que cometi o erro de vender a um grupo de políticos esquerdistas da cidade, que nunca me pagou. Calote mesmo!
Arrebentar a porta do apartamento foi a maneira que o autor, ou autores, do atentado encontraram para me calar. Não conseguiram! Continuei denunciando, embora não tenha encontrado nenhum respaldo de autoridades de todos os poderes para que as denúncias fossem consideradas.
É absolutamente verdade que mantive uma sequência de questionamentos ao que ocorria na cidade, na época, e não voltei atrás de nenhum deles.
O resultado disso foi uma decisão judicial contrária a mim e a outras duas pessoas, em um acordo judicial que me custou vários salários mínimos da época, depositados em favor de uma entidade-reduto dominada por um grupo político.
Repito o que escrevi no artigo original (https://www.regiaonoroeste.com/materias/1031551/Minha_porta_estilhacada._Quem_foi_/) que esse grupo não escondia a satisfação de assumir o poder Executivo de Fernandópolis após a triste morte do prefeito eleito Rui Okuma, poucos meses antes do dia do atentado, 1º de março de 2007.
Ou seja, meu exercício jornalístico me custou mais sofrimento do que a ameaça contra mim e minha filha, de 12 anos, que estava no apartamento naquela madrugada.
Então, optei por não trocar o artigo deste portal até que a população soubesse os detalhes. E repito que me arrependi de não dar andamento judicial contra os suspeitos que, inclusive, pagavam bem por uma assessoria jurídica especialista em ameaças a jornalistas.
Sei não, mas acho que ainda vou voltar bastante a esse assunto.
Valdecir Cremon
Jornalista e professor universitário