segunda-feira, 23 de setembro de 2024
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Percentual de mulheres que tiveram bebês a partir dos 35 quase dobra

O número de mulheres que engravidam depois dos 35 anos tem crescido no Brasil nos últimos 20 anos. É o que aponta um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) comparando…

O número de mulheres que engravidam depois dos 35 anos tem crescido no Brasil nos últimos 20 anos. É o que aponta um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) comparando dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) entre os anos de 2000 e 2020.

Segundo os dados, em 2000 o número de bebês nascidos de mulheres a partir dos 35 anos foi de 9,1%. Em 2020 esse número saltou para 16,5% do total de mães que tiveram filhos nesse ano. Os pesquisadores também analisaram que no começo do milênio a fecundidade concentrava-se em mulheres mais jovens, em 20 e 34 anos (67,4% do total). Duas décadas depois, essa faixa etária representa 57,8% – quase 10 pontos percentuais a menos.

A gravidez a partir dos 35 anos é considerada tardia e de risco. Luiz Fernando Dale, responsável pelo ambulatório de Reprodução Humana do IFF/Fiocruz, explica que a reserva de óvulos vai diminuindo com o passar dos anos. “Aproximadamente aos 35 anos, começa a ser mais complicado para uma mulher engravidar, o que torna a idade um fator determinado na procriação”.

Ele lembra, no entanto, que atualmente existem exames que podem mostrar como está a reserva de óvulos nos ovários, permitindo orientar a paciente.

Sobre os riscos pós-35 anos, Fernando Maia, obstetra e especialistas em Medicina Fetal do IFF/Fiocruz, alerta que a gravidez tardia aumenta um pouco as chances de pré-eclâmpsia (hipertensão arterial durante a gestação) e de diabetes gestacional.

“A partir dos 35 anos, as mulheres também têm mais probabilidade de já estar acometidas por doenças crônicas, como hipertensão e diabetes prévia à gestação. Quando as mulheres optam por engravidar é importante que elas tenham controle dessas doenças”, diz.

Maia também fala sobre outros riscos.

“Essa gravidez implica alguns riscos adicionais, principalmente ao que se refere às aneuploidias [alterações no número de cromossomos nas células do feto, para mais ou para menos]. À medida em que a mulher vai envelhecendo, ela vai aumentando as chances de produzir fetos com essas condições. Os riscos também implicam em abortamento, e nas mulheres que tiveram gestações anteriores, como pacientes que passaram por múltiplas cesáreas, elas têm mais chances de ter uma placentação anormal, como placenta prévia, condições que determinam riscos para a gravidez, principalmente no que se refere a hemorragias”, aponta.

Os especialistas reforçam que mulheres que pretendem engravidar a partir dos 35 anos devem procurar um profissional para “acionar bons hábitos de saúde e, sobretudo, para que entenda os riscos em relação às aneuploidias, aos abortamentos e outros”, já que nesta faixa etária esse tipo de complicação é mais comum.

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