sábado, 21 de setembro de 2024
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Mosquitos usam seis agulhas para se alimentar do nosso sangue

Zumbido, picada e coceira. Quantas noites de sono você já perdeu tentando impedir um mosquito (ou vários deles) de sugar o seu sangue? Agora o que a maioria das pessoas…

Zumbido, picada e coceira. Quantas noites de sono você já perdeu tentando impedir um mosquito (ou vários deles) de sugar o seu sangue? Agora o que a maioria das pessoas não sabe é que os insetos hematófagos usam seis agulhas para sugar o sangue. Um mecanismo incrível, e invisível aos nossos olhos, evoluiu ao longo de milhares de anos.

E uma curiosidade: se você foi picado, saiba que foi por uma fêmea. Somente elas desempenham esse papel de sugar sangue, pois precisam nutrir os ovos e garantir a reprodução da espécie.

Marco Gottschalk, professor na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), explica que na boca de um mosquito existe uma estrutura chamada probóscide, que serve para perfurar a pele e sugar sangue.

“A probóscide é composta por duas estruturas que se movem para perfurar a pele, além de seis tubos internos semelhantes à agulhas que realizam simultaneamente todo o processo de transportar o sangue coletado até a boca do mosquito”, destaca ele.

Gottschalk explica ainda que o mosquito se aproxima da pele da vítima, usando suas pernas e antenas para se orientar. “A fêmea do mosquito usa suas mandíbulas para perfurar a pele e criar uma pequena incisão. Depois ela insere o tubo onde contém as seis estruturas que lembram agulhas. Elas possuem diferentes funções e trabalham simultaneamente”, conta.

“Duas delas possuem um ‘zig-zag’ e atuam como um serrote para cortar a pele. Outras duas dessas ferramentas perfuram e separam as camadas da pele. Uma quinta agulha injeta saliva para anestesiar o local e a última chupa o sangue”, destaca ele.

O pesquisador afirma que é um processo incrível e possível graças à evolução dos mosquitos. “Essa arma composta por suportes que compõem seis agulhas internas, no passado era uma perna. Ou seja, esse órgão passou por uma longa e incrível adaptação”, explica o professor da UFPel.

Um outro detalhe interessante é que no vídeo, ao mesmo tempo em que o inseto vai sugando o sangue, ele filtra a água que transporta o líquido sanguíneo, que é descartado quase que simultaneamente. “Se trata dessa gotinha transparente que aparece no vídeo caindo conforme ele vai sugando mais sangue”, conta.

O processo todo acontece rapidamente e muitas vezes é indolor, mas pode causar coceira e inchaço no local da picada.

“Algumas pessoas são alérgicas aos mosquitos e podem ter reações mais graves às picadas. A saliva do mosquito também pode ser responsável por transmitir doenças como malária, dengue e febre amarela”, reforça.

Sobre mosquitos

Mosquitos são insetos que fazem parte do grupo dos artrópodes que inclui mosquitos como transmissores da dengue, febre amarela, chikungunya e malária. Mas também outros que são conhecidos como borrachudos, pernilongos, entre outros.

“Esses insetos possuem características únicas, como corpo alongado, asas membranosas, pernas finas e bico longo e aguçado. E outros insetos do mesmo grupo, mesmo não tendo a mesma anatomia, possuem as mesmas ferramentas”, afirma.

Mas vale lembrar que alguns mosquitos também se alimentam de néctar das flores, portanto são importantes polarizadores, fazem um trabalho igual ao das abelhas. Mas a maioria das espécies de mosquitos prefere o sangue como fonte de nutrientes.

“Os mosquitos femininos precisam desse nutriente rico para desenvolver os ovos já que a espécie vive por cerca de apenas 15 dias”, conta.

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