sexta-feira, 20 de setembro de 2024
Pesquisar
Close this search box.

Álcool antes da gravidez pode influenciar formato do rosto da criança

Você gosta do formato do seu nariz ou do seu queixo? Se não, saiba que o consumo de álcool da sua mãe, antes mesmo de engravidar, pode ter impactado nestes…

Você gosta do formato do seu nariz ou do seu queixo? Se não, saiba que o consumo de álcool da sua mãe, antes mesmo de engravidar, pode ter impactado nestes resultados. Pelo menos é o que sugere uma pesquisa recente, realizada por cientistas holandeses e publicada na revista científica Human Reproduction.

Para chegar a essa conclusão, a equipe do Centro Médico Erasmus, em Roterdã, coletou informações sobre o consumo de álcool de mães de crianças com idades entre 9 e 13 anos. Por meio de questionários, as participantes revelaram como eram seus hábitos antes e durante a gestação. Em seguida, os médicos compararam imagens em 3D do rosto dos filhos delas, usando inteligência artificial. Assim, encontraram uma ligação entre a exposição ao álcool nos três meses anteriores à gravidez e o formato do rosto dos pequenos.

As crianças cujas mães haviam consumido apenas um copo pequeno de vinho por semana antes de engravidar eram mais propensas a ter a ponta do nariz arrebitada, nariz menor ou queixo arrebitado, sugere a pesquisa. Quanto maior era o consumo de álcool das mães, maiores eram as mudanças.

As mulheres que continuaram a beber pequenas quantidades durante a gravidez aumentaram ainda mais as chances de seus filhos terem essas características faciais.

Os resultados foram evidentes nas crianças de 9 anos, mas nenhuma ligação significativa foi encontrada quando as crianças atingiram a idade de 13 anos. Isso pode significar que fatores ambientais ou padrões de crescimento poderiam diminuir ou ocultar as mudanças à medida que as crianças crescem.

Segundo os pesquisadores, a descoberta é importante, não apenas por uma questão estética, mas porque o formato do rosto das crianças pode ser uma indicação de problemas de saúde e desenvolvimento. ”É crucial enfatizar que não existe um nível seguro estabelecido de consumo de álcool durante a gravidez”, afirma o professor Gennady Roshchupkin, que liderou o estudo. “É aconselhável parar de beber álcool mesmo antes da concepção para garantir condições de saúde ideais tanto para a mãe quanto para o feto em desenvolvimento”, completou.

Álcool na gravidez: quais os riscos?
Segundo o obstetra Renato Ajeje, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o consumo de álcool pode afetar o desenvolvimento do bebê, além de aumentar as chances de quedas e acidentes para as grávidas.

“Em geral, as bebidas alcoólicas são bastante calóricas. Isso faz com que a mãe coma menos e tenha a nutrição prejudicada. A placenta envelhece mais rápido, o bebê cresce menos e pode até acontecer um parto prematuro”, explica.

É exatamente por isso que a recomendação dos médicos é de cortar o álcool de vez nessa fase. Mas se você tomou uma ou duas taças de vinho antes de descobrir que estava grávida, não se culpe: o importante é parar o quanto antes, e procurar um especialista para fazer o acompanhamento pré-natal.

Notícias relacionadas