Um homem de 44 anos morto com um tiro na cabeça. Um menino de 14 anos ferido por uma bala perdida. Uma viatura policial alvejada. Este foi o resultado de uma troca de tiros entre um ex-detento e policiais militares na noite de quinta feita, 29, no Bom Pastor. O crime chocou os moradores de Catanduva e pôs os órgãos policiais em alerta.
O que deveria ser uma simples abordagem policial terminou em perseguição, tiroteio e morte.
Por volta das 22 horas de quinta-feira, uma viatura com três policiais fazia patrulhamento pelo bairro Bom Pastor quando um indivíduo com atitudes suspeitas saiu de um terreno baldio localizado na avenida Cônego Oscar Serra do Amaral. O indivíduo, o desempregado Job Dias Ferreira, de 44 anos, carregava nas mãos um material estranho, o que chamou ainda mais a atenção dos policiais.
Os PMs deram sinal para que Ferreira parasse para uma abordagem. O homem não se manifestou e continua andando a pé, subindo a avenida Cônego Oscar em direção ao Solo Sagrado.
Ferreira começou a correr a pé, e os policiais, ao perceberem a fuga, iniciaram a perseguição. Entre a avenida Cônego e a avenida Monsenhor Albino, o indivíduo parou na sarjeta e apontou o objeto que carregava nas mãos – um revólver Rossi, calibre 38 especial, carregado com seis tiros e envolto em uma meia – para os PMs. A partir daí teve início a troca de tiros.
“O homem, sem motivos, disparou cinco tiros em direção aos policiais, sendo que um atingiu o pára-choque do veículo. Os policiais revidaram, e, de repente, o indivíduo caiu. Como ele não apresentava mais perigo, os PMs foram ver o que havia ocorrido. Ferreira tomou um tiro na testa e sangrava bastante. Mesmo sendo levado às pressas para o hospital, não resistiu e morreu”, esclareceu tenente Paulo Henrique Coltre, da PM.
A vítima fatal, o desempregado Job Dias Ferreira, residia na rua Cônego Oscar do Amaral, a dois quarteirões do local dos fatos. Ele estava em condicional e saíra recentemente da Cadeia Pública depois de responder por crime de tráfico. “Em seu bolso encontramos ainda seis munições intactas e um celular”, relembrou Coltre.
Inquérito é instaurado para apurar o caso
Um inquérito policial será instaurado para averiguar o caso do tiroteio de anteontem.
Tenente Coltre, da PM, ressaltou que esta é uma providência normal a ser tomada após qualquer crime.
“É a primeira vez nos últimos quatro anos em Catanduva que ocorre troca de tiros entre um civil e a PM. A ação dos policiais militares nesse caso foi legítima. O último recurso que restou a eles foi reagir a uma agressão injusta. Infelizmente, o desfecho foi trágico e pôs em risco a vida de inocentes. Não somos treinados para matar, mas para proteger a vida dos cidadãos”.
Menor é vitima de bala perdida
Durante a troca de tiros entre o desempregado e os três policiais militares, na noite de quinta-feira, no Bom Pastor, um jovem de 14 anos foi alvejado por uma bala perdida. O estudante T.E.S. estava com seu pai e passava pelo local no momento do tiroteio. “No momento em que o desempregado caiu, escutamos o grito de um homem pedindo por socorro. Uma das balas disparadas pelo meliante acertou as nádegas de um garoto, filho do homem que pedia socorro. A bala entrou por uma das nádegas e atravessou sua coxa. Pai e filho ficaram na ‘linha de tiro’ da polícia”, mencionou tenente Coltre.
Os PMs providenciaram os socorros e conduziram o jovem baleado ao Hospital Padre Albino. De acordo com a Assistência Social do HPA, o menino passa bem e não corre risco de morte