Na tarde de ontem, oito mulheres presas há dois meses, foram ouvidas.
Oito detentas da cadeia feminina de Meridiano, acusadas de estarem envolvidas com uma quadrilha que praticava o tráfico de drogas na região, foram ouvidas na tarde de ontem, no Fórum de Votuporanga. Elas estão presas desde o dia 10 de agosto, quando 19 mandados de busca, apreensões e prisões temporárias foram cumpridos por meio de uma operação desenvolvida pelas Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes) do município e Fernandópolis.
Como esta é a primeira fase do processo, cada indiciada teve a oportunidade de apresentar sua defesa. As mulheres foram ouvidas na presença de seus advogados pela juíza da 4.ª Vara, Daniella Camberlingo.
Amanhã, será a vez de oito homens envolvidos na suposta quadrilha, serem ouvidos. Alguns deles já cumprem penas por outros crimes em unidades prisionais do Estado. No próximo dia 24, o interrogatório será finalizado, com o restante do grupo: três homens.
Em contato com os advogados das acusadas, o Diário tentou obter informações dos depoimentos prestados, mas os profissionais não divulgaram informações, justificando que o processo está sob segredo de Justiça.
Segundo o titular da Dise do município, Antonio Marques do Nascimento, no dia da operação que desbaratou a suposta quadrilha (10 de agosto), 11 dos 19 acusados foram presos em suas residências.
Os outros oito mandados foram destinados a detentos que já estavam em cadeias do Estado e supostamente coordenavam o tráfico de drogas de dentro das unidades prisionais. Entre eles, está Jair Carlos de Souza (Jaja) – que é cunhado de Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como “Marcola”, líder da principal facção criminosa do Estado de São Paulo, o PCC (Primeiro Comando da Capital) – e o presidiário Gines Aparecidos de Lima (Gordo), apontado pelo delegado como “o cabeça” do grupo. Ambos estão na Penitenciária de Mirandópolis.
Nascimento afirmou que o grupo tem relação com as substâncias apreendidas no mês de abril deste ano, em Votuporanga (11 quilos de maconha, seis de crack e um de cocaína). Caso sejam condenados, os acusados podem pegar de três a 15 anos de reclusão.