Mais de dois terços das doações aos candidatos que disputaram cargos nas eleições de 2006 vieram de transferências eletrônicas entre contas correntes (TEDs) e depósitos em cheques, totalizando R$ 787,111 milhões. Ao todo, a arrecadação global de todos os candidatos aos cargos de presidente da República, governador, senador e deputados federal, estadual e distrital, que disputaram apenas o primeiro turno, atingiu R$ 1.158.853.327,86.
O resultado foi obtido a partir de um cruzamento de dados divulgado nesta terça-feira (21) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O levantamento teve por base informações repassadas pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) até o último domingo (19) e estão sujeitos a alterações. Isto porque as prestações de contas continuam sendo entregues nos protocolos dos TREs. Até esse domingo (19), 13.531 (67,79%) prestações haviam sido apresentadas, de um total de 19.959 esperadas. Além disso, vários candidatos têm a oportunidade de retificar dados lançados nas prestações, e, assim, promover modificações nos valores da receita e despesa.
Até o momento, as doações por meio de transferências bancárias totalizaram R$ 408.809.591,18 (35,27%). Em seguida, vêm as doações por meio de cheques, que alcançaram R$ 378.302.043,51 (32,64%). Em terceiro lugar, estão as doações de bens e serviços (como combustível, passagens aéreas, etc.) que, estimadas em dinheiro, correspondem a R$ 211.001.134,18 (18,20%).
Em quarto lugar, ficaram as doações de dinheiro em espécie, no valor de R$ 160.008.101,31 (13,80%). Os recursos de origem não identificada atingiram R$ 673.308,43 (0,058%) e as doações originárias de aplicações financeiras totalizaram R$ 59.149,25 (0,0051%).
O cálculo não inclui as duas prestações de contas dos candidatos a presidente da República, nem as dos 20 candidatos a governador que também concorreram ao segundo turno. Essas prestações podem ser entregues à Justiça Eleitoral até o próximo dia 28.
Presidente
Os candidatos a presidente da República receberam R$ 2.213.684,75 em doações no primeiro turno das eleições deste ano. Nesse total, estão excluídos os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva, da coligação A Força do Povo (PT-PRB-PCdoB) e Geraldo Alckmin, da coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL), que disputaram o segundo turno das eleições.
Dos R$ 2,21 milhões em doações recebidas pelos outros seis candidatos, foram R$ 1.559.310 em transferência de conta para conta (TED), R$ 274 mil em depósito em dinheiro, R$ 243.164,75 em quantia estimada de bens e serviços e R$ 137.210 em cheques. Não houve, nas seis prestações de contas, recursos de origem não identificada. Os candidatos Heloísa Helena, pela coligação Frente de Esquerda (PSOL-PSTU-PCB), Cristovam Buarque (PDT), José Maria Eymael (PSDC), Luciano Bivar (PSL), Rui Pimenta (PCO) e Ana Maria Rangel (PRP) são os beneficiários dessas doações.
Senador
Os candidatos às 27 cadeiras de senador em disputa este ano receberam doações no valor de R$ 86.564.231,61. Assim como ocorreu entre os presidenciáveis, a modalidade de doação por meio da Transferência Eletrônica Disponível (TED) também foi a maior entre os candidatos ao Senado, com R$ 35.592.472,96. Em segundo lugar, aparecem os desembolsos em cheques, no total de R$ 26.599.781,09; seguidos pelas doações estimadas de bens e serviços, de R$ 19.472.590,16; depósitos em dinheiro, R$ 4.614.471,23; e, por último, R$ 283.867,65 de recursos de origem não identificada.
Governador
Na disputa para governador, o valor total das doações chegou a R$ 215.577.517,80. O valor considera apenas as prestações entregues pelos candidatos que concorreram ao primeiro turno, o que ocorreu em 16 estados e no Distrito Federal. A disputa estendeu-se ao segundo turno em 10 estados brasileiros.
Mais uma vez, as transferências bancárias para os candidatos foram a principal forma de doação eleitoral, com R$ 99.472.177,06. Em segundo lugar, estão as doações estimadas em prestação de serviços e bens, com R$ 69.746.689,85. Logo após, vêm as doações por meio de cheques, de R$ 30.306.801,74, e os depósitos em dinheiro, de R$ 15.899.257,03. As doações registradas como recursos de origem não identificada totalizaram R$ 103.788,27 e, na última colocação, os rendimentos provenientes de aplicação financeira, perfazendo R$ 48.803,85.
Deputado federal
Os candidatos aos 513 cargos de deputado federal em todo o país receberam R$ 416.228.848,29 em doações em 2006. As transferências eletrônicas (TED) responderam pela maior parte das doações dos candidatos, num total de R$ 163.492.374,77. Em cheque, foram doados R$ 150.109.253,70. Por outro lado, os depósitos em dinheiro somaram R$ 54.075.744,79 e os recursos estimados em bens e serviços chegaram a R$ 48.461.442,37. Já as doações com recursos de origem não identificada e os rendimentos em aplicações financeiras totalizaram, respectivamente, R$ 88.994,98 e R$ 1.037,68.
Deputado estadual
Entre os candidatos a deputado estadual nas eleições deste ano, as doações somaram R$ 422.431.207,71, dos quais R$ 164.526.004,22 foram recebidos em cheque. Já as transferências bancárias (TEDs) totalizaram R$ 104.556.544,59. Os concorrentes às vagas nos Legislativos estaduais declararam ter recebido R$ 82.269.381,49 em depósito em dinheiro, e R$ 70.913.765,76, estimados em bens e serviços. Os recursos de origem não identificada chegaram a R$ 157.252,45, e os rendimentos das aplicações financeiras fecharam em R$ 8.259,20.
Deputado distrital
Os candidatos às 24 cadeiras de deputado distrital declararam à Justiça Eleitoral o recebimento de doações no valor total de R$ 15.837.837,70. As doações em cheque responderam por R$ 6.622.992,76; as transferências entre contas correntes totalizaram R$ 4.136.711,80; os depósitos em dinheiro chegaram a R$ 2.875.246,77; e recursos estimados em bens e serviços alcançaram R$ 2.163.481,29. Os recursos de origem não identificada declarados pelos concorrentes somaram R$ 39.405,08. Não houve, de acordo com as informações fornecidas pelos candidatos, rendimentos de aplicações financeiras.
