sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Preço do arroz pode subir até 15% no mundo

A Índia proibiu a exportação de arroz branco, com exceção do basmati (tipo tradicional da culinária indiana). Tal decisão pode acarretar numa alta global de preços desse cereal, de até…

A Índia proibiu a exportação de arroz branco, com exceção do basmati (tipo tradicional da culinária indiana). Tal decisão pode acarretar numa alta global de preços desse cereal, de até 15%.

A estimativa é do economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas. Tamanho impacto se deve ao fato de que a Índia é o maior exportador de arroz do mundo, respondendo por 40% do comércio desse cereal.

Arroz, açúcar e trigo na mira do governo
Com a medida, o governo indiano tenta segurar o aumento do preço do arroz dentro do país. A inflação de alimentos no geral mais que dobrou de um mês para cá. Os preços que mais tiveram aumento foram os dos vegetais: 214%.

Além desses alimentos, outras commodities também sofreram especial impacto da inflação. Ela é resultado de uma série de problemas climáticos que a Índia vem enfrentando nos últimos meses, como a falta de chuva.

De acordo com fontes do governo indiano, o país pretende proibir as usinas de açúcar de exportar, a partir de outubro. A Índia é a terceira maior exportadora de açúcar do mundo, perdendo apenas para o Brasil e a Tailândia.

Quanto ao trigo, a interferência estatal não se dará pela oferta, mas pela demanda: a informação é de que o governo considera importar nove milhões de toneladas de trigo da Rússia, de modo a aumentar os estoques internos, frente ao aumento dos preços praticados pelos produtores nacionais.

Inflação ‘tipo exportação’
Essas políticas protecionistas da Índia, para controlar a alta interna dos preços, podem acabar “exportando” a inflação para o mercado global, segundo Alef Dias, analista de grãos e macroeconomia da hEDGEpoint Global Markets.

“Caso isso ocorra, os bancos centrais mundo afora podem ter de manter suas taxas de juros altas por mais tempo do que se espera atualmente, impactando a atividade econômica global”, alerta Dias. Com as maiores taxas do mundo, o Brasil discute regras para limitação dos juros.

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