O empresário Alfeu Mozaquatro foi condenado sexta-feira a cinco anos e quatro meses de prisão por seqüestro e coação a testemunha.
A decisão é da juíza da 2ª Vara Criminal de Monte Aprazível, Gláucia Véspoli, e envolve um policial militar de Pedranópolis e um ex-PM de Fernandópolis.
O crime teria ocorrido no primeiro semestre de 2006, quando ex-funcionários de um curtume do grupo Mozaquatro fizeram denúncia de crime ambiental ao Ministério Público.
A empresa teria enterrado em uma plantação de eucalipto restos da indústria contaminados com cromo, que sobram da lavagem de couro.
Um dia antes de o Ministério Publico e a Cetesb fazerem diligências no local, um dos denunciantes foi seqüestrado e ameaçado com revólver ponto 40 – arma exclusiva da Polícia Militar.
Após investigações, a polícia prendeu em Fernandópolis Lucas de Castro Reinaldo, um dos envolvidos no seqüestro.
Reinaldo decidiu colaborar com as investigações e denunciou outro seqüestrador, o cabo da Polícia Militar de Fernandópolis, Fernando Barbosa Leopoldino.
O cabo da polícia é tio de Jean Carlo Leopoldino Carvalho, segurança do frigorífico de Mozaquatro.
Segundo Lucas, Jean Carlo disse a ele que o patrão havia ordenado a coação em troca de um “agrado”.
Além de Mozaquatro, os outros três envolvidos foram condenados por seqüestro.
Lucas de Castro Reinaldo e Jean Carlo Leopoldino pegaram quatro anos de reclusão. Fernando Barbosa Leopoldino perdeu o cargo da Polícia Militar e foi condenado a seis anos de prisão.
Os três estão presos preventivamente e devem cumprir a pena em regime semi-aberto. Além da condenação, Mozaquatro terá de pagar multa de R$ 185 mil.
Além do suposto envolvimento no crime ambiental e no seqüestro de ex-funcionário, Mozaquatro foi apontado pela Polícia Federal como um dos líderes do megaesquema de sonegação fiscal no comércio de carnes.
O empresário está preso desde outubro, quando a PF anunciou a Operação Grandes Lagos. Ele está na cadeia de Monte Aprazível.