Levantamento feito pelo Ibope aponta que durante a campanha eleitoral de 2006, 8 por cento dos eleitores brasileiros receberam oferta de dinheiro ou de algum bem material em troca de voto. O número corresponde a 8 milhões e 300 mil pessoas. Segundo a pesquisa, as regiões Sul e Nordeste registraram os maiores percentuais de oferta de compra 12 e 10 por cento, respectivamente. A pesquisa apurou que os jovens são os mais vulneráveis à oferta de compra de votos. Na avaliação do presidente da União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle, Fernando Antunes, a estatística comprova as falhas da justiça eleitoral ao acompanhar as campanhas. Segundo Antunes, a compra de votos fere diretamente a democracia.
Quem sai mais prejudicado é a democracia. Por que o processo passa a ser um processo em que as pessoas que votam não escolhem a melhor proposta. Uma parcela considerável do eleitorado fica procurando a melhor oferta ou fica observando se vai surgir uma boa oferta e realmente as eleições ficam maculadas, lamentavelmente.
O Ibope também perguntou aos eleitores sobre o desempenho administrativo dos governadores que tiveram os mandatos encerrados no ano passado. Em um quadro geral, 59 porcento dos entrevistados consideraram que o governador fez uma boa gestão. No caso dos eleitos em 2006, 75 porcento dos entrevistados esperam um bom governo, mas 19 porcento acham que os políticos vão roubar durante o mandato. O Ibope ouviu 2002 eleitores em 142 municípios, incluindo as regiões metropolitanas e capitais de estados. A pesquisa foi encomendada pela Unacon e pela organização não-governamental Transparência Brasil.