Os governos de Brasil e Bolívia discutem 15 acordos bilaterais técnicos, comerciais e militares, mas na realidade, o único assunto que realmente interessa ao presidente andino Evo Morales e seu colega Luiz Inácio Lula da Silva é o preço do gás importado pela Petrobras. De acordo com informações da Agência Brasil, Morales e Lula estão reunidos desde as 11h30 no Palácio do Planalto conversando sobre o assunto que causa desconforto para ambas as partes.
Na essência, o impasse entre os governos é simples: o Brasil quer continuar pagando US$ 4 por milhão de BTU – unidade utilizada como base para as negociações. Já a Bolívia, por sua vez, insiste em elevar este valor para US$ 5 milhão de BTU. A intenção do governo brasileiro é segurar as taxas, apesar das medidas de Evo Morales que aumentaram os custos de exploração do gás boliviano, para não repassar o reajuste para o consumidor tupiniquim.
Também será discutida a possibilidade de o Brasil colaborar com os projetos do governo Morales na área de educação, além do reforço sanitário que o Ministério da Agricultura pode dar no combate à febre aftosa, recentemente detectada na Bolívia.
Há alguns dias, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou que a visita de Morales não está condicionada ao aumento e que outros temas devem ser debatidos, como a entrada da Bolívia no Mercosul, que está sob análise de um grupo de trabalho, criado no mês passado durante a última reunião do bloco, no Rio de Janeiro. “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem demonstrado boa vontade ao tratar deste tema. Agora, é evidente que há condicionantes técnicas. Não adianta querer tratar de certos assuntos só sob o ponto de vista político”, disse na Amorim na ocasião.
Ups! – A recepção de Evo Morales no Palácio do Planalto se transformou em uma verdadeira ‘lambança’. Por causa da forte chuva que atingiu Brasília na chegada do presidente boliviano, a cerimônia ‘pomposa’ foi alterada. Ao invés de Morales subir a Rampa do Planalto, ele entrou com sua comitiva por uma simples porta lateral.
