O Brasil é o líder mundial de uso de medicamentos para emagrecer, os chamados anorexígenos. Segundo relatório divulgado nesta terça-feira pela ONU (Organização das Nações Unidas), por meio da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, em 2005 esse tipo de remédio era consumido por 3,2% da população brasileira.
Também em 2005, mais de 98% do fenproporex e 89% da anfepramona, duas das substâncias inibidoras de apetite mais utilizadas em todo o mundo, foram produzidos no Brasil, sendo a maior parte consumida no próprio país.
Atrás do Brasil, as maiores taxas de consumo de anorexígenos foram verificadas na Argentina, Coréia e Estados Unidos.
Para controlar e monitorar a prescrição dessas drogas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai lançar, até o início de abril, um sistema que cadastrará todas as informações da receita, como médico que prescreveu, usuário, quantidade etc. O objetivo é formar um banco de dados único para identificar o consumo abusivo desses medicamentos.
Também será lançada, ainda em março, uma resolução sobre o receituário para a prescrição de anorexígenos. Atualmente, é exigida a receita do tipo B, cuja impressão gráfica é de responsabilidade do próprio médico. Com a modificação, será exigida a receita do tipo A. Nesse caso, o prescritor terá que retirar o receituário na Vigilância Sanitária do Estado, identificando cada folha diante da autoridade sanitária.
O relatório da ONU adverte que o uso abusivo de remédios para emagrecer pode resultar em dependência química, estado de pânico, agressividade, comportamento violento e morte.