Até o fim da semana, o presidente Lula deve anunciar a tão esperada Reforma Ministerial. Nos quatro meses que se passaram, foram muitos nomes cotados para ocupar os 34 ministérios da Esplanada. Mesmo tendo concluído o ciclo de conversas com os 11 partidos que integram a base do Governo, o presidente tem pequenas arestas para acertar. A disputa do PT e PMDB por mais espaço é o maior impasse. Mesmo contra a vontade de Lula, o PT tanta emplacar, a todo custo, o nome de Marta Suplicy para algum ministério. Além disso, o partido não quer perder o número de ministérios que possui. Lula marcou para esta quarta-feira uma reunião com o presidente da legenda, deputado Ricardo Berzoini, quando vai ouvir as sugestões finais do partido para as pastas de Turismo, Previdência Social e Desenvolvimento Agrário. Mesmo com o conflito, o líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio, saiu em defesa do Governo. Afirmou que o partido apóia Lula mesmo que o número de pastas destinadas à legenda diminua. O cientista político da Universidade de Brasília, Leonardo Barreto, acredita que o PT não tem opção.
Eu acho que o PT não tem escolha. O parceiro estratégico do Governo, querendo ou não, é o PMDB. É ele que tem a maior bancada, é ele que cedeu a presidência da Câmara dos Deputados ao PT, é ele que tem a presidência do Senado Federal, é ele que tem o maior número de estados sob seu governo, então, o presidente Lula não tem escolha. Então, isso implica que esse parceiro estratégico vá ganhar espaço. Logo, alguém vai ter que perder espaço. E quem tem mais espaço para queimar é o PT.
Mesmo com maior participação nos ministérios, o conflito dentro do PMDB também é grande. Tudo porque a bancada do partido na Câmara quer o mesmo número de ministérios destinados à bancada do Senado. Hoje, os senadores ocupam as pastas das Comunicações e Minas e Energia. O nome do deputado Geddel Vieira Lima para a Integração Nacional é dado como certo. O problema é que Lula considera que a indicação do médico José Gomes Temporão, feita pelo governador fluminense Sérgio Cabral, faz parte da cota da legenda na Câmara. Em reunião também marcada para quarta-feira com o presidente Michel Temer, Lula deve ouvir que os deputados desejam o ministério da Agricultura. Discussões à parte, alguns nomes já são dados como certos. É o caso dos ministros da cultura, Gilberto Gil e da Educação, Fernando Haddad. Lula também não deve mexer na equipe econômica, que segundo o próprio presidente, está em sintonia com o PAC. Tarso Genro, atual ministro das Relações Institucionais, deve ir para o ministério da Justiça. No seu lugar fica Walfrido Mares Guia, que hoje ocupa a pasta do Turismo.
