Os gastos com remédio fazem parte da despesa mensal do químico Luiz Carlos Silveira. Ele é o responsável pela compra dos medicamentos usados no tratamento do pai, que tem mal de Alzheimer. A partir do dia 31 deste mês, os preços de cerca de 20 mil medicamentos serão reajustados. Serão três índices de reajuste: até um por cento, até dois vírgula zero um por cento e o máximo que é de até três vírgula zero dois por cento. De acordo com dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 66 por cento dos remédios comercializados no país estão na faixa que terá aumento de um por cento. Esse reajuste segue uma lei de 2003 que permite um aumento por ano. Assim, os preços deverão permanecer inalterados até março de 2008. No ano passado, os índices ficaram entre três vírgula sessenta e quatro por cento e cinco vírgula cinquenta e um por cento. O governo garante que só é permitido um aumento por ano, mas, para Luiz Carlos, o reajuste no preço dos medicamentos vai muito além do que é anunciado pelo governo.
Eu não seu quais são as fontes que o governo tem para nos falar uma besteira tão grande como essa. Eu como consumidor, tenho um pai que toma remédio também. Meu pai tem Alzheimer e tem uma medicação que ele toma que custava 250 reais, hoje custa 400. Nesse um ano e meio esse remédio chegou a esse patamar. Essa informação que o governo tem para min não é real. Como consumidor acho que a medicação tem um aumento muito superior ao que o governo fala.
De acordo com presidente do Conselho Federal de Farmácia, Jaldo de Souza Santos, o reajuste no preço dos medicamentos se deve aos custos que os laboratórios têm na produção dos remédios.
Esse reajuste é normal. Já é feito há mais de quatro ou cinco anos. Um reajuste que se dá do reajuste de todas as despesas, outras, sobre medicamentos. Embalagens, empregados, água, luz, telefone. Uma série de aumentos que existem e que logicamente o medicamento tem que subir também. A variação da matéria prima é natural e todo ano tem esse aumento.
Os laboratórios e distribuidoras de medicamentos que descumprirem os limites de reajuste permitidos pelo Governo podem ser multados em valores que chegam a três milhões e 200 mil reais. Os índices de reajuste são estabelecidos pela Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo, entre outros critérios. Os medicamentos fitoterápicos, aqueles feitos de plantas, e homeopáticos não estão submetidos aos referidos percentuais de reajuste.
