O deputado estadual José Carlos Vaz de Lima (PSDB), de São José do Rio Preto, foi eleito ontem o novo presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, exatamente às 17h41, quando saiu o 48.º voto a seu favor, visto que o sistema adotado foi o de maioria absoluta, estando aptos para o escrutínio aberto 94 deputados (houve uma ausência justificada, a do deputado Roque Barbiéri, em face do falecimento de sua irmã).
Com a renúncia de Antonio Salim Curiati momentos antes do início da eleição, que começou por volta das 17h, Vaz de Lima teve apenas um adversário, o inexpressivo deputado Raul Marcelo, do PSOL. A sessão foi presidida por Rodrigo Garcia (PFL) e secretariada pelo pedetista Geraldo Vignoli. O resultado final apontou 90, uma abstenção e dois votos ao deputado do PSOL. Às 17h51, Vaz de Lima assumiu a presidência da Assembléia, passando a presidir a sessão para escolha dos demais cargos da mesa diretora. Antes disso, determinou o cumprimento de um minuto de silêncio pelo falecimento da irmã do deputado Roque Barbiéri (PSDB) e fez um discurso emocionado, principiando por homenagear os ex-deputados Silvio Martini, Nabi Campos, Paulo Kobayashi e Aloísio Nunes Ferreira.
Base
Governador José Serra não poderia imaginar que a sua base aliada fosse se expandir tanto. A verdade é que, além do PSDB e do aliado PFL, governador também deve ganhar o apoio de PDT, PPS, PTB e PP. Assim, a bancada governista na Assembléia Legislativa paulista começa a todo vapor, a começar pela presidência, conquistada pelo rio-pretense Vaz de Lima. Tomaram posse ontem os 94 deputados eleitos em outubro, entre eles 49 reeleitos. Dos 45 novos deputados, 11 são do PSDB e oito do PFL. A capacidade de negociar de Vaz de Lima e do governador pode ser avaliada, por exemplo, pelo deslocamento do deputado Rodrigo Garcia, até ontem presidente da Casa, para ocupar a pasta de Planejamento do governo de Gilberto Kassab na prefeitura paulistana.
A própria formação da mesa diretora pode ser considerado um dos melhores exemplos da maneira Serra de negociar. O cargo mais importante, depois da presidência, ficou para o PT, com o deputado Donisete Braga, juntamente com a 4.ª secretaria com a deputada Maria Lúcia Prandi. Waldir Agnello, do PTB, ficou com a 1.ª vice-presidência, Luis Carlos Giondim (PPS) ficou com a 2.ª vice, Aldo Demarchi (PFL) com a 2.ª secretaria e Vanessa Damo ou Padre Afonso Lobato, ambos do PV, com a 3.ª secretaria.
O deputado Geraldo Vinholi (PDT) deverá ocupar a pasta do Trabalho no governo Kassab.
