domingo, 22 de setembro de 2024
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Carência afetiva atinge todas as faixas etárias

As pessoas sentem prazer em ser elogiadas, reconhecidas como “o melhor” naquilo que nos propomos a fazer ou pelo menos lembrado pelo outro. Ter uma roupa nova, um sapato da…

As pessoas sentem prazer em ser elogiadas, reconhecidas como “o melhor” naquilo que nos propomos a fazer ou pelo menos lembrado pelo outro. Ter uma roupa nova, um sapato da moda, ou um celular moderno de marca famosa são alguns dos desejos que o ser humano tenta satisfazer, diariamente, ainda que de uma maneira tão individualista, que nem percebemos a noção do que realmente é importante. Deixe ser contrariado, criticado, ou até mesmo esquecido. A experiência não é das melhores e a sensação do “vazio” ou de que “algo deve ser preenchido” é uma das principais frases de quem sofre carência afetiva. E não é à toa que é tão comum encontrar pessoas carentes nos dias atuais, a tal ponto de ser considerada uma epidemia. A psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário de Votuporanga, Maria Celina Trevizan Costa, alerta para que os “sofredores” da carência afetiva tomem cuidado, para que um simples sentimento não se transforme em doença. “A carência em si não chega a ser uma doença, mas se isso não for trabalhado, restaurado na pessoa, o que de fato tem trazido para ela essa carência efetiva, no decorrer do tempo pode levar a um processo de isolamento social, a somatização, e isso leva o indivíduo a ter doenças que chamamos de psico-somáticas”, explicou. Para que a carência não seja considerada uma doença é importante descobrir o foco, ou seja, a raiz do problema. Para Maria Celina, muitas vezes esse sentimento afetivo está diretamente ligado com a família, seja focada na mãe ou na figura paterna, mas os amigos também são peças importantes para que a pessoa não se sinta carente afetivamente. A psicóloga ressalta que se esse problema não for solucionado, pode comprometer questões como auto-confiança e auto-estima, o que levará o indivíduo num isolamento social. “As doenças psico-somáticas, por exemplo, nós observamos especialmente nas crianças, que ficam lá quietas, ou querendo atenção dos pais, e nesta situação ela começa a ter estado febril, processo alérgico. A área da dermatologia está sempre caminhando a essas questões emocionais”, disse.

Doença
Estar rodeado de amigos ou próximo dos pais nem sempre é o desejo de quem sofre carência afetiva. Ainda que a pessoa precisa se manifestar e sair desta solidão, muitos procuram se esconder e perder o contato com o mundo exterior. São nestes casos em que a doença pode surgir, já que o isolamento social leva o indivíduo a não conseguir superar essa adversidade da carência. “A pessoa vai se isolando, se afastando, e tem gente que, por uma necessidade tamanha desta carência efetiva, usa uma forma até agressiva de chamar a atenção. Com procedimentos de uso inadequado, como, por exemplo, de drogas ilícitas. Então a carência dele é canalizada como uma forma de atrair a atenção da pessoa que ele quer atingir, e de que forma? Tem duas formas de se dar atenção: por meio de elogios ou de punição. Então às vezes um pai, quando está chamando a atenção de um filho por algo negativo que ele fez, ele tá dando atenção. Então tem que tomar cuidado, porque se esse indivíduo está tendo tanta necessidade de chamar a atenção, é porque tem carência”, comentou.

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