A Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo determinou anteontem a abertura de procedimento administrativo para apurar a conduta do promotor Wagner Juarez Grossi, envolvido no acidente que deixou três mortos em Araçatuba, no interior paulista. ?Até o final do ano, o Ministério Público terá formado sua convicção sobre o caso?, garantiu o procurador-geral, Rodrigo César Rebello Pinho. ?Se as suspeitas de que ele dirigia embriagado forem comprovadas, ofereceremos ação penal.?
A partir de hoje, o procurador Hermann Herschander, coordenador do Setor de Competência Originária da Procuradoria-Geral de Justiça, passa a acompanhar as investigações da Polícia Civil para coletar provas que ajudem a embasar o processo administrativo. Embora a Lei Orgânica do Ministério Público determine a perda do cargo em caso de conduta incompatível, procuradores ouvidos pelo Jornal da Tarde consideram improvável que esse tipo de punição seja aplicada a Grossi.
?Ainda é cedo para tirar conclusões, mas tudo indica que houve um homicídio culposo (sem intenção)?, avaliou um procurador paulista. ?Nunca vi alguém perder o cargo por esse motivo.? Caso venha a ser denunciado, Grossi terá direito ao foro privilegiado – benefício concedido a autoridades do Legislativo, Executivo e do Judiciário. Nessas situações, o processo tem de ser conduzido pelo procurador-geral de Justiça e o julgamento será feito pelos desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo.
A informação de que Grossi estava embriagado no momento do acidente surpreendeu seus colegas. Na carreira desde 1992, o promotor é tido como um profissional respeitado e experiente. Atualmente, ocupava uma vaga nas execuções criminais. Após tomar conhecimento do acidente, a Corregedoria Geral do Ministério Público paulista fez uma varredura em seus arquivos a fim de saber se Grossi já havia respondido a outros procedimentos administrativos. Nada foi encontrado. ?Ao que tudo indica, é um bom profissional?, disse um procurador. As informações são do Jornal da Tarde
