sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Professora agredida por marido está em coma desde o crime, há um mês

Uma professora de Votuporanga violentamente agredida por seu marido na madrugada do dia 23 de janeiro deste ano, no bairro Palmeiras I, onde o casal vivia, está internada em coma…

Uma professora de Votuporanga violentamente agredida por seu marido na madrugada do dia 23 de janeiro deste ano, no bairro Palmeiras I, onde o casal vivia, está internada em coma desde o crime, há um mês, num hospital da região, não revelado pela polícia, por questões de segurança.

O autor do espancamento foi preso dois dias depois, por meio de um mandado de prisão preventiva solicitado à Justiça pela delegada da Mulher, Célia Aparecida Moreno. Ontem, ele foi ouvido no Fórum em decorrência do processo de tentativa de homicídio, que corre pela 2.ª Vara da Comarca.

De acordo com a delegada, o acusado, que já esteve preso várias vezes, agiu por motivo fútil. Uma testemunha que é amiga da vítima e ajudou a socorrê-la, informou que a briga entre o casal teria começado por que o agressor dizia ter sido traído pela professora, enquanto esteve na prisão pela última vez.

Além de dar tapas, socos, pontapés e chineladas, o marido, segurando a esposa pelos cabelos, bateu o rosto dela contra o asfalto várias vezes, o que resultou em diversas fraturas na cabeça da vítima.

Ainda segundo Célia, ao ver a professora desacordada, o agressor levou sua mulher para dentro da casa deles e pediu para a testemunha chamar uma ambulância, que a levou a Santa Casa da cidade, de onde ela foi transferida para outra instituição. Se sobreviver a agressão, a professora ficará com graves seqüelas.

Governo
Governos estaduais, prefeituras e organizações não-governamentais interessados em combater casos como o citado acima, poderão apresentar a partir do próximo dia 25 à SPM (Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres), projetos de atenção especializada à mulher vítima de violência doméstica e à mulher encarcerada.

Os editais e as chamadas públicas para que os projetos cheguem ao conhecimento do governo federal estão disponíveis no endereço eletrônico da secretaria.

A informação é da ministra de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire. Em entrevista, as emissoras de rádio direto do estúdio da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), ela disse que a estratégia faz parte do Pacto Nacional Pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, inserido no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.

O plano será lançado no dia 8 de março, como parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher.

Segundo Nilcéia, o pacto conta com recursos da ordem de R$ 1 bilhão e será viabilizado em conjunto com o Ministério da Justiça. “Estamos trabalhando com o pacto, que tem quatro áreas estratégicas, uma delas é a consolidação da Política Nacional de Combate à Violência. Queremos construir com os estados e os municípios as redes de atenção especializada para a mulher”, disse a ministra.

Nilcéia enfatizou que é importante a criação de Juizados Especializados na Violência Familiar e Doméstica contra a Mulher, para garantir às mulheres agredidas o acesso gratuito à Justiça. A ministra afirmou que os recursos serão destinados também a campanhas educativas na mídia. “Queremos mostrar que a violência contra a mulher tem repercussões não só de ordem emocional e familiar, mas também econômicas. As mulheres se ausentam do trabalho, os filhos dessas mulheres têm baixo aproveitamento escolar”, explicou.

A ministra lembrou ainda que a secretaria de Políticas para as Mulheres oferece um número de telefone para encaminhamento de denúncias de casos de violência contra a mulher, o Ligue 180. O número funciona 24 horas por dia e não para nos fins de semana e feriados. “As atendentes estão capacitadas para dar uma orientação, para registrar denúncias seja de mulheres agredidas, mulheres em cárcere privado, mulheres que são abusadas. E damos a garantia de total anonimato a quem denuncia”, garantiu Nilcéia.

Os projetos também poderão ser dirigidos à melhoria da situação dos presídios femininos e das cadeias públicas para atendimento específico de mulheres. (Leliane Petrocelli)

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