Em uma reunião com o chanceler brasileiro Celso Amorim, Mariann (Fischer Boel, comissária européia da Agricultura) e eu dissemos claramente que estávamos dispostos a explorar um possível acordo que daria um novo acesso significativo às cruciais exportações de etanol do Brasil”, assinala Mandelson.
“Surprendentemente, dada a importância do tema para Brasília, Amorim pareceu minimizar o valor da proposta”, escreve o comissário de Comércio.
Essa proposta exigiria em contrapartida “uma maior flexibilidade do Brasil a nossas exportações”, acrescenta o funcionário europeu.
O Brasil demonstrou seu desejo de incluir os biocombustíveis nas negociações da OMC para ter acesso mais fácil aos mercados americano e europeu.
Entre os principais produtores mundiais de etanol, um álcool combustível extraído da cana-de-açúcar, o Brasil gostaria de desenvolver suas exportações, mas se vê limitado pelas tarifas aduaneiras impostas por Washington e Bruxelas.
Durante a reunião ministerial da OMC que acontece esta semana em Genebra, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, abordou o assunto numa conversa com a representante americana do Comércio, Susan Schwab.
O Brasil gostaria que o etanol fosse colocado na lista dos bens ambientais nas negociações, e não mais como um simples produto agrícola, e se beneficie assim de um livre acesso ao mercado. O País produz 31% de etanol de cana, enquanto a União Européia está na origem de 60% da produção mundial de biodiesel, tirado de óleos vegetais.