sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Bombeiros procuram corpo de mulher que caiu em córrego durante temporal

Equipes de resgate do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Guarda-Civil Municipal de Catanduva estiveram empenhados, durante toda a terça-feira, na busca pela jovem Karina Cerejo Cândido Roberto, de 23…

Equipes de resgate do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Guarda-Civil Municipal de Catanduva estiveram empenhados, durante toda a terça-feira, na busca pela jovem Karina Cerejo Cândido Roberto, de 23 anos. Segundo informações extraoficiais, ela e Rogério Batista da Silva entraram em uma tubulação de uma galeria de escoamento de água pluvial que passa pela Avenida Olímpia, ao lado do número 1375, para supostamente usar entorpecentes. Com o início das chuvas, a água repentinamente alcançou a tubulação.

Na tentativa de sair do “bueiro”, Karina foi engolida pelas águas ou soterrada.

O rapaz foi detido e depois de ser ouvido foi liberado por policiais militares. Rogério alegou que, com a chegada repentina da água, Karina não teve tempo de sair da tubulação.

O Corpo de Bombeiros trabalhou em todo o trecho da galeria a céu aberto. Descendo até as águas e com equipamento especial, vasculhou todos os lados próximos à “boca” da tubulação por onde a vítima supostamente teria caído.

Em seguida, no outro lado da galeria, os bombeiros realizaram varredura com a ajuda de um trator, retirando todo o entulho acumulado com a água das chuvas. Entretanto, nada foi localizado.

Posteriormente, os policiais do Corpo de Bombeiros atravessaram a Avenida Olímpia e foram até o local onde a galeria deságua no Rio São Domingos. Com o uso de um barco, foi realizada varredura durante toda a tarde a fim de localizar-se a vítima, porém sem nenhum resultado.

Tia diz que ela escolheu ‘caminho torto da vida’
Segundo uma garota de programa que preferiu não se identificar, a vítima trabalhava em uma boate no bairro Jardim Imperial, e acreditava que ela fosse sua conhecida.

“Desde ontem, uma amiga que usa o nome fictício de ‘Talita’ desapareceu da boate dizendo que iria até o posto de combustível, na Avenida Olímpia, comprar uma bebida, mas não retornou até hoje. Achamos que pode ser ela que caiu no rio”, disse a testemunha.

A tia da vítima, Isabel Cerejo, 52 anos, estava no local acompanhando o trabalho de resgate do Corpo de Bombeiros e afirmou que a menina havia escolhido um caminho “torto na vida”.

“É uma pena, ela escolheu um caminho ruim, o fim é esse. Nós sabíamos que ela era usuária de drogas, mas não tenho informações se ela trabalhava ou não em boate. Eu fiquei sabendo do acidente logo pela manhã, uma senhora foi me avisar, dizendo que minha sobrinha estava com dois rapazes na beira do rio quando o barranco cedeu e ela caiu. Só isso que eu sei”, lamentou Isabel.

Durante todo o período do trabalho de resgate do Corpo de Bombeiros, várias versões do suposto acidente chegaram até a polícia, porém nenhuma foi confirmada de forma oficial.

Uma outra testemunha, que também pediu para não ser identificada, informou que é vizinha da vítima e a havia visto pela última vez durante a madrugada. “Sou amiga dela, somos vizinhas, moramos na mesma rua. A última vez que a vi foi hoje (ontem), às 5 horas da manhã. Ela estava muito triste e diferente. Nós bebemos juntas e depois eu e outra amiga fomos embora e não a vi mais”, relatou.

O Corpo de Bombeiros, após vistoriar alguns pontos do Rio São Domingos, retornou ao local onde supostamente a vítima havia caído, e com a ajuda de uma bomba, fizeram a sucção de toda a água do local.

Bomba de sucção ‘puxou’ 400 litros de água por minuto
Segundo um funcionário do departamento de obras da Prefeitura, que também auxiliou no resgate, uma bomba de sucção com a capacidade de “puxar” aproximadamente 400 litros de água por minuto também foi utilizada.

Após a sucção, a vítima não foi localizada, partindo a equipe de resgate para outro ponto de escoamento da galeria.

As testemunhas Luciana Bonfote e Inês de Souza confirmaram que viram Karina logo pela manhã com um rapaz.

“Logo pela manhã ela desceu a Rua Belo Oriente conversando com um rapaz. Quando iniciou-se a chuva, os dois desceram para dentro do bueiro para se esconder da chuva. Quando eles foram sair, ela caiu e ele conseguiu sair”, disse Inês.

O morador de uma chácara das imediações, Marcelo Lili, 33 anos, informou que sua chácara fica próximo ao canal fluvial. Há 30 anos todos os chacareiros reuniram-se e doaram para a Prefeitura uma grande parte do terreno com o objetivo de canalizar e abrir uma avenida no local da galeria, mas a promessa não foi cumprida.

“Ate agora estamos esperando as providências. Quando chove esperamos a calamidade, pois a água que desce do Parque Flamingo a céu aberto invade todo o canal levando tudo o que tem pela frente com muita força. Na última chuva, uma caçamba de entulho desceu pelo canal. O que foi prometido na época é que seria tubulado, canalizado e aberta uma avenida”, explicou o morador.

Buscas serão retomadas hoje pela manhã
A equipe de buscas que trabalhou ontem pretende retomar logo pela manhã desta quarta-feira as buscas pelo corpo da garota desaparecida. Ontem, os trabalhos foram encerrados por volta das 18 horas. Segundo o sargento José Ricardo Rocha Rodrigues, que comandou as equipes de buscas durante o dia de ontem, a cada hora que passava mais complicado ficava para a localização do corpo.

Como foi descartado o encontro do cadáver submerso nas águas da galeria, os Bombeiros trabalham com a hipótese de o corpo estar soterrado ou em algum ponto do Rio São Domingos. “Já fizemos a varredura total na galeria, retiramos uma grande parte de entulhos e fizemos a sucção do maior volume de água, mas nada foi localizado. O próximo passo é realizar uma varredura total no Rio São Domingos, em quatro ou cinco quilômetros. Caso o corpo esteja encaixado em entulhos no fundo do rio, fica difícil encontrar, porém vamos persistir”, explicou o sargento.

A Coopercitrus de Catanduva, que mantém um pluviômetro que mede a quantidade de chuvas, informou que, durante os 30 minutos de chuva, foi registrada a precipitação de 21 milímetros.

Durante toda as buscas na galeria pluvial da Avenida Olímpia, participaram a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Guarda-Civil Municipal, Agentes de Trânsito, funcionários da secretária de Obras, Meio Ambiente e Saneamento Básico. (Marcelo Ono – Fotos: Notícia da Manhã/Jornal Realidade)

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