Pelo menos 40 das 150 casas desocupadas do conjunto habitacional Nova Esperança, inaugurado em Rio Preto pela presidente Dilma Rousseff no dia 19 de agosto deste ano, foram invadidas nos últimos três dias. Desconhecidos fizeram um arrastão para ocupar as residências vazias desde a entrega, segundo moradores. O prazo para a posse dos imóveis era de 30 dias após a assinatura do contrato. Os contemplados ausentes podem perder direito à posse.
Com a confusão promovida pelos invasores, a Polícia Militar montou rondas para conter o movimento, mas não houve conflito. Segundo o capitão Marcelo Perin, que comandou a ação no bairro, três proprietários registraram ocorrência. Ninguém foi preso. “Nos outros casos aguardamos a presença dos donos, já que ninguém foi identificado”, disse.
O delegado do 4º Distrito Policial, Airton Augusto Camargo Júnior, ameaça prender os invaseiros. “Invasão é crime, e quem entrar nas casas será preso em flagrante”, disse. Ele registrou as ocorrências e pode indiciar as pessoas. Desde anteontem, portas e janelas de residências foram arrombadas na tentativa de posse forçada. Pessoas excluídas da lista de mutuários aproveitaram o movimento de ocupação para tentar a conquista da moradia “no grito”.
“Meu filho recebeu duas cartinhas de convocação, mas não foi sorteado. Vou ficar aqui (na frente de uma casa) para ver se consigo pegar para ele”, disse Maria Francisca da Silva, 43 anos. Ela e a irmã, Andrea Aparecida Silva, 36, faziam vigília na unidade número 54 da rua Francisca Venâncio Medeiro, quadra 32. “Quem ainda não está morando é porque não precisa. Enquanto isso a gente não tem onde ficar”, disse Andrea. A porta da cozinha estava arrombada, mas elas negaram ser as autoras do dano.
