Duas mulheres, mãe e filha, foram encontradas mortas na tarde de ontem dentro do apartamento onde moravam, na avenida Anísio Haddad, no Jardim Aclimação, zona sul de Rio Preto. Devido ao avançado estado de decomposição, a polícia acredita que o crime tenha acontecido há pelo menos cinco dias. A polícia trabalha com a hipótese de homicídio seguido de suicídio, já que uma carta, supostamente escrita pela filha, foi encontrada no local.
Os vizinhos chamaram a polícia, por volta das 15h50, devido ao mal cheiro vindo do apartamento de Chiyoko Minami, 83 anos, e Maria Minani, 59, e também por estranharem a ausência das mulheres no prédio. Com o auxílio de um chaveiro, os policiais entraram no apartamento. No imóvel, localizaram os corpos em um dos quartos. Mãe e filha estavam deitadas nas camas com sacos plásticos amarrados nas cabeças. As mãos de Chiyoko estavam amarradas com cordas. Já Maria tinha apenas os pés amarrados.
Um envelope contendo uma carta, dinheiro, joias e a escritura do apartamento foi encontrado ao lado do corpo da mãe. “Não aguento a pressão. Estou doente e cansada e não tenho forças”, diz trecho da possível carta escrita por Maria, a qual o Diário teve acesso com exclusividade. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Luciana de Almeida Carmo, a carta encontrada diz que a filha não aguentava mais ouvir a mãe pedir para morrer. “Mamãe me pede todos os segundos do dia para morrer. Ela não quer ficar com outra pessoa”, diz trecho da possível carta.
Além disso, Maria ainda teria orientado o amigo Juracy Antunes a cancelar serviços telefônicos e a doar todo o dinheiro e o apartamento para uma instituição de caridade ou saúde. As joias foram deixadas ao amigo, a quem Maria pede desculpas. “Estas joias são para o senhor. Obrigada por tudo e perdoe pelo trabalho que estou lhe dando.” Juracy Antunes, que morador do prédio onde mãe e filha viviam, foi procurado pela reportagem na tarde de ontem. Ele, no entanto, não quis falar sobre o caso.
A polícia trabalha com a hipótese de que Maria tenha matado a mãe asfixiada e se matado da mesma maneira em seguida. “O apartamento estava intacto. Não tinha sinais de arrombamento ou objetos fora do lugar”, diz a delegada. No prédio onde as duas moravam, os vizinhos estavam abalados e não quiseram comentar sobre o assunto. Limitaram-se a dizer que o comportamento delas era normal, que saíam pouco do imóvel e não tinham muitas amizades. Um inquérito foi aberto no 5º Distrito Policial. Ainda nesta semana, diversas pessoas próximas às vítimas e moradores do prédio serão convocadas para prestar depoimentos.
Fonte:Jornal Diário da Região
