Estou pensando na arquitetura da história de Jonas, a gente pensa que Deus tava zangado com Nínive, depois esqueceu de Nínive e foi atraz do rebelde sem causa do Jonas, ao invés de mandar um tubarão, mandou uma Baleia, o cara era tão indigesto que nem a baleia aguentou vomitou na praia de Nínive…
Já que Jonas tava por ali atoa mesmo “eu não to fazendo nada vc tambem…” resolveu fazer um tour pela cidade que seria destruida…
Preparou a poltrona e a pipoca, ficou esperando o filme, curioso com a forma que Deus iria fazer… água já tinha feito, fogo também… que será?
depois uma sombra, depois um ventinho pra fritar os neurônios e voilá!
Temos um irritadiço, querendo morrer e pedindo o dinheiro do bilhete divolta.
Ele esperava um filme de ação e acabou vendo um daqueles filmes bregas de romance, regado a frases feitas de amor, muito choro, reencontro e abraços apaixonados…
“… Dentro dessa visão míope que a igreja desenvolveu sobre Deus, além de velho chato, ficou cego e gagá. Esquece o que promete, muda de idéia, perde o foco, além estar entediado com a eternidade sem ter nada pra fazer e resolvido a infernizar o humanos que arrependidamente criou…”.
Eu prefiro o Deus que arquitetou tudo não para salvar Nínive, afinal Ele sabia que a coisa lá não estava tão ruim assim, só estavam mal encaminhados, precisavam de um empurrãozinho pra chegar bem pertinho de Deus e enchergarem a vida como ela é…
Ele fez tudo isso para alcançar o coração de Jonas, um cara religoso, cheio de si, vazio de Deus, com uma extrema capacidade de fazer o bem mas sempre fazendo o mal.
Esse Jonas é muito parecido com nossos líderes religiosos e suas igrejas ocas, que por sua vez são parecidíssimos com esse deus citado acima, na realidade um reflexo de si mesmos, um espectro da alma litúrgica e vazia de sentidos.
A graça a incrível graça é que se Deus fosse como pensamos já teria nos destruído, mas ele e seu olhar apaixonado pelo ser humano o faz agir descompensadamente, totalmente poderoso e proporcionalmente insano, poderia ele simplesmente ter se manifestado a Nínive, e falado com Jonas sobre seu caráter duvidoso e mesquinho, mas não, criou a situação mais absurda a fim de deixar claro a todos os homens o quanto é apaixonado por eles.
Não era um caso de destruição em massa, mas uma declareção explícita de amor por um homem fora dos trilhos, completamente desgovernado e perdido na religião que precisava ser achado.
Você está perdido?
Mesmo em sua religião, ou melhor, por causa dela e esse deusinho tacanho?
Acredita mesmo que Deus é assim?
Um destruidor de vidas rebeldes?
Se você nunca fez essas perguntas está na hora de olhar se seu barquinho não está indo para Társis ao encontro da Grande Baleia para voltar ao início de tudo…
Essa é a Graça, esse é o evangelho da graça, complexamente simples demais, em sua partícula pessoal a cada ser humano um universo de possibilidades – Deus maluco!
Pìrei de vez, rsrsrs
