sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Vamos comer biscoitos?

Introdução Histórica Interessante como uma criança se comporta, seus passos, suas intenções estão claras, estampadas, não há protocolos de educação, a gente quando criança fala o que vem nas idéias,…

Introdução Histórica

Interessante como uma criança se comporta, seus passos, suas intenções estão claras, estampadas, não há protocolos de educação, a gente quando criança fala o que vem nas idéias, e não existe profundidade nelas, não existe uma “consciência formada” sobre, simplesmente porque a própria nomenclatura diz sobre sua existência: “É uma criança”.
Quando dizemos a palavra, implicitamente vem cheio de significados, tão importantes quanto, uma criança, inocente, viva, ativa, descobridora dos mistérios, fantasiosa, sem filtros sociais, reflexo familiar, carente de cuidados, afetos, alimento, proteção, totalmente vulnerável, simples e complexa.
Um exemplo disso foi meu sobrinho, Matheus quando era criança já tinha condições de passear sem a mamãe, ele volta e meia passava alguns das em casa, no começo foi difícil, morávamos em outra cidade cerca de 1 hora de distância, sabíamos que se ele repentinamente sentisse saudades da mamãe a gente teria que levá-lo de volta, e isso aconteceu por algumas vezes.
Todas as vezes que o levávamos para casa, a gente tinha um programa preparado, alguns passeios, pescarias, filmes de terror, comidas gostosas e sashimi.
Lembro-me de uma das vezes que foi buscá-lo, assim que cheguei, ele veio todo empolgado, eu achei que ele iria me abraçar, mas ao invés disso, olhou bem nos meus olhos e disse:
– Tio, a gente vai pescar e comer sashimi?
Minha irmã logo soltou à bronca:
– Matheus! Você nem cumprimentou seu tio e já tá pedindo?
Quando chegamos em casa ele desceu perguntando:
Tia tem bolacha passatempo? Estou com fome!

Talvez soe comum se tratando de um sobrinho, mas meus amigos com filhos pequenos não eram diferentes, já vão logo descendo do carro e pedindo aquilo que lhes interessa:
– Onde está a bola?
– Tem doce?
– Cadê o Vinícius?(meu filho)
– Cadê a Maria Eduarda?(minha filha)
As gerações avançam e as mesmas perguntas, sem protocolo de boas vindas, sem cumprimentos, simplesmente porque criança é criança.

Texto: Mateus 18:1-4 “… Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando: Quem é, porventura, o maior no reino dos céus?
2 E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles.
3 E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.
“4 Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus…”.

01 – Criança não tem consciência de si mesma, não finge.

Jesus vai ao cerne da questão quando faz a criança sentar-se em seu colo. Ela não tem consciência de si mesma, é incapaz de fingir.
O Reino pertence a pessoas que não estão tentando fazer gênero nem impressionar ninguém, muito menos elas mesmas.
Crianças não planejam o que podem fazer para chamar a atenção. Simplesmente agem.
Crianças não se preocupam em como serão interpretados suas atitudes.
Crianças não lutam para atingir algum nível de relacionamento com Deus.
Crianças não criam maneiras engenhosas de justificar suas ações para Deus.
Crianças não criam um “rosto aceitável”.
Crianças não tentam atingir o “status espiritual ou compreenção espiritual”.

Tudo que ela tem que fazer é pegar as bolachas passatempo e assentar-se no chão para comêlas. – Evangelho da Graça.

02 – Criança não tem passado.

O escritor Brennam Manning diz a respeito desta afirmação de Jesus:
“… Quando Jesus nos diz para nos tornarmos como criancinhas, ele está nos convidando a esquecer o que ficou para trás.
O pequeno Matheus não tinha passado. O que quer que tenhamos feito no passado, seja bom ou mau, grande ou pequeno, é irrelevante para a nossa condição diante de Deus hoje…”.

Você consegue perceber isso?
Consegue compreender a mensagem da Graça?
É apenas AGORA que estamos na presença de Deus, o ontem já foi, o amanhã não existe, hoje e agora estamos em sua majestosa presença.
Como estamos então “nos comportando”?
Essa é apergunta religiosa, protocolada, cheia de mistificações, vazia de conteúdo, afinal a resposta óbvia e inteligente de um adulto é:
– Essa é fácil, agora estou na presença D’Ele, afinal se não estivesse não estaria aqui.
A resposta de uma criança seria completamente diferente:
– Estou comendo o passatempo que você me deu…

Existe uma história usada em palestras e livros de um monge, que estava sendo perseguido por um leão faminto. Ele figou como pode até chegar à beirada de um precipício,quando olhou para trás e viu o leão rugindo o cercando de um lado para outro, pronto para dar o bote.
O monge comos olhos no leão, conseguiu ver uma corda que descia o precipício. Ele rapidamente agarrou-a e começou a descer a lateral do despenhadeiro agarrado na corda, para escapar das garras do leão.
Que alívio!
Essa foi por pouco!
Ele então olhou para baixo e enxergou uma imensa extensão de rochas pontiagudas aguardando bem lá embaixo a uns 100 metros. Ele olhou para cima e viu o Leão a postos no alto do precipício com as garras à mostra rugindo feroz por não alcançar sua refeição.
Nesse exato momento alguns metros acima, dois camundongos começaram a roer a corda.
O que fazer? Bem no meio de toddo esse caos o monge viu um morango que estava ao alcance da sua mão entre as pedras da lateral do despenhadeiro. Ele colheu-o, comeu e exclamou:
– “… Que delícia; esse é o melhor morango que já comi na vida…”.

Se ele estivesse preocupado com as pontudas rochas abaixo (o futuro) ou com o leão acima (o passado), teria perdido o morango que Deus estava lhe dando no momento presente. Crianças não se concentram nos leões do passado ou nas pedras do futuro, mas apenas no morango que está aqui e agora.
Eu pergunto:
O que você está fazendo agora?
Consegue enchergar os morangos?
Já provou algum? Ou ainda segura a corda, sem saída e com medo de cair?

Filipenses 3:13b “… Uma coisa eu faço: esqueço aquilo que fica para trás e avanço para o que está na minha frente…”.
Disse o homem que presenciou o apedrejamento de Etêvão, que depois de homem feito tornou-se perseguidor de cristãos, com autoridade para torturar e matar, obviamente depois de seu encontro com o próprio Jesus iria ter um peso de culpa insuportável. Muito provavelmente iria tentar atravéz da penitência, compensar o passado de culpas, seria mais um desses amargos, que atribuem fardos e proibições aos ignorantes na fé.
“… Ele jamais teria combatido o bom combate, completado a carreira e guardado a fé…”. Estou falando do Apóstolo Paulo.

Você tem culpas insuportáveis?
Aquilo que esconde debaixo do tapete de suas memórias, é pesado?

Quando Jesus chamou:
– “… Vinde a mim, os cansados e sobrecarregados…”.
Parafraseando em biscoitos Ele disse:
– “… Vinde a mim adultos, religiosos, cheios de manias e pesares, vinde a mim vocês carregados de culpa pela conduta hediondamente pecaminosa e vazia. Vinde a mim vocês músicos, líderes, pastores, bispos, apóstolos, padres e crentes que se escondem por detráz da capa da nomenclatura, do título, do instrumento, da batina, da autoridade cujo coração é cego, duro e vazio. Vinde e tragam essas vestes completamente sujas pelos horríveis pecados cometido quando saem do templo e ninhguém os vê, quando se esquecem do que pregam entorpecidos pelos prazeres, cuja culpa é abafada e silenciada pelo apontar inecrupuloso dos dedos podres ao pecadores menos espertos dos quais vocês são os principais…”.

“… Quaisquer realizações do passado que possam ter nos trazido honra, quaisquer desgraças passadas que nos façam corar de vergonha, foram todas crucificadas com Cristo e não existem mais exceto nos recessos da eternidade…”. Brennan Manning

Desfecho: Mateus 18:3 “… E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus…”.

Enquanto os discípulos estavam em calorosa discussão sobre quem seria o maior deles, e qual teria a maior posição depois de Jesus, O Mestre da Salvação, estava mais uma vez plantanto a semente do evangelho da graça em seus pensamento movidos por negociações gregas e merecimentos baseados em perfeição e produção.
Ainda preocupados com poder, não tinham entendido que sem a maravilhosa graça não há salvação, nem mesmo para eles que andaram e conversaram com o Rei dos Reis face a face.
Tornar-se como uma criança é indispensável para a salvação, só crianças entrarão no céu.
Se olharmos para as crianças de hoje, até que ser criança é bom, tem leis que as protegem de tudo, que cuidam, instruem enfim, é fácil, está tudo escrito e deve ser seguido.
Ma se olhar-mos para as crianças na é poca de Jesus é bem diferente.

Crianças não eram consideradas de qualquer importância e mereciam pouca atenção ou favor.
Crianças naquela sociedade não tinham status algum — “simplesmente não contavam”.
A criança era encarada com escárnio.
Jesus estava querendo dizer que tornar-se como uma criancinha” significava:
Aceitar-se como sendo de pouca monta.
Ser considerado sem importância.
A criancinha que é o símbolo da Graça é também símbolo daqueles que ocupam as posições mais inferiores na sociedade, os pobres e oprimidos, os mendigos, as prostitutas e os cobradores de impostos — as pessoas que Jesus com freqüência chamava de “pequeninos” e de “últimos”.
Se as crianças eram privilegiadas, não era porque haviam feito de modo a merecer privilégio, mas simplesmente porque Deus agradou-se desses pequeninos que os adultos desprezavam. A misericórdia de Jesus fluía em direção a elas apenas por graça imerecida e divina preferência.

A graça não é determinada pela menor qualidade ou virtude pessoal.

É pura liberalidade. De uma vez por todas, Jesus desfere um golpe mortal em qualquer distinção entre a elite e o povo comum na comunidade cristã.

Jesus destrói por completo a noção jurídica de que nossas obras merecem qualquer pagamento em troca. Nossas insignificantes obras não nos dão o direito de regatear com Deus.
Tudo depende do seu bom prazer.

“… Ser criança é entrar na casa do tio (Pai) e perguntar onde estão os passatempos, sem rodeios, sem protocolos, sem passados ou presentes, só o hoje, o último morango de sua vida…”.

Meu desafio a você é essa entrega de sua vida a Ele, seus fardos pesados e sua condição filosófica de “eu sei o que quero”, entregue-se, e diminua-se, porque a Deus agradou-lhe dar o seu Reino às crianças.
Você vai ficar de fora?

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