sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Você anda com dor de cabeça?

Introdução Histórica Vou propor uma parábola: “… Um homem entrou no escritório do medico e disse: — Doutor, tenho uma terrível dor-de-cabeça que nunca vai embora. O senhor poderia me…

Introdução Histórica

Vou propor uma parábola:
“… Um homem entrou no escritório do medico e disse: — Doutor, tenho uma terrível dor-de-cabeça que nunca vai embora. O senhor poderia me receitar alguma coisa para ela?
— Sim — disse o médico, — mas quero checar algumas coisas antes. Diga, você bebe muita bebida alcoólica?
— Álcool? — disse o homem, indignado. — Nunca chego perto dessa porcaria.
— Fuma, então?
— Acho cigarro nojento. Nunca na minha vida provei um.
— Fico meio constrangido de perguntar isso, mas… sabe como alguns homens são… você vive aí pela noite?
— Claro que não! Quem o senhor acha que eu sou? Estou na cama toda noite antes das dez.
— Diga-me uma coisa — pediu o médico. — Essa sua dor-de-cabeça é de um tipo agudo e penetrante?
— Isso mesmo! — disse-lhe: uma dor aguda e penetrante.
— Então é simples, meu caro. Seu problema é que a sua auréola está apertada demais. Só precisamos soltá-la um pouquinho…”.

Texto: Lucas 18:9-14 “… Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros:
10 Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano.
11 O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano;
12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
13 O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!
14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado…”.

01 – Dores de cabeça.

Alguns podem achar heresia, que achem, não me importo mais, eles não vivem minha vida, e nem vivem a sua, esse assunto é para aqueles que não possuem mais esperança em si mesmos, que mesmo escondendo de todos, existe uma decepção interna esmagadoramente dolorosa, é também para aqueles que ocultam os mesmos problemas com uma aparência mais serena e perfeita de “vida espiritual” diante dos homens.
Mas falando da “heresia” existiu um sábio frustrado com esse tipo de gente, namorou uma “crente” filha de pastor, conviveu em uma casa de “crentes” e de tando ouvir falacias e nada de vida expressou:
“… Eu prefiro ser esta mertamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo…”.

Esse farizeu citado por Jesus no texto, foi uma forma de espelhar a alma falida da religião, da igreja; os chamados religiosos enchem o peito e falam de si mesmos, e seus grandes feitos pelo reino, temtam provar que a aprovação de Deus está relacionada com sucesso material, com saúde ou um templo cheio de seguidores.

O farizeu do século 21, assenta-se nos púlpitos e observa o povo, usa a neurolinguística e diz ser revelação, aponta o dedo para a multidão e faz afirmações óbvias, conhece o povo e julga aqueles que estão com problemas, questiona:
Você não veio na tarde da bênção? Então perdeu a bênção!
Como se Deus tivesse hora marcada com ele…
Terça é dia da cura… Quarta é dia da prosperidade… Quinta é dia da revelação…

“… Uma vez fui convidado para cantar em uma grande igreja em São Paulo, nessa época eu apenas compunha e cantava, o templo era grande e naquele dia era dia de santa ceia e para minha surpresa a igreja estava praticamente vazia, umas poucas pessoas cerca de 10 porcento de sua capacidade.
O pastor ao final do culto veio me pedir desculpas:
– Querido irmão, Esqueci que era santa ceia, você veio em um dia “fraco” hoje é ceia não veio quase ninguém, venha na quinta feira que é dia da revelação a igreja estará cheia.

Voltei nequela quinta e para minha indignação e surpresa, não tinha lugar para sentar no templo, milhares de pessoas à espera de serem reveladas, o pastor apontava uma a uma, fileira por fileira, trazendo um “recado de Deus” para cada uma. Eu em voz baixa já indignado com tudo aquilo, pedi a Deus:
– Pai tudo está muito estranho para mim, não parece que você tenha algo a ver com isso, se de fato estou certo, não quero ser “revelado” me esconda dos olhos desse homem.
Eu estava na terceira fileira, e por mais que tentasse, eu era o cantor da noite, já havia cantado, não tinha como não me ver; naquele dia alguns amigos me levaram lá, de forma que ao meu lado todos eram meus amigos.
Quando o pastor chegou em nossa fileira, apontou o dedo um a um aos meus amigos mas quando chegou minha vez, pulou e foi para o outro…
Meu pesar para aquela noite desperdiçada é que eu deveria ter pedido para Deus esconder meus amigos também…
Deveríamos ter ido a um cinema ou um barzinho ou mesmo ter ficado em casa assistindo TV e comendo pipoca…”.

Enquanto isso está acontecendo, mesmo hoje, nas madrugadas pessoas perdidas vagueiam de um lado para o outro em busca de satisfação, até a encontram mas é provisória, no outro dia a enxaqueca da ressaca por se lambusarem em pedras, pó, fumaça, alcool, sexo e tudo que se tem de melhor em prazer e êxtase.
O publicano era e é um desses.

02 – Pesares e afins.

O escritor Brennam Manning diz a respeito desta afirmação de Jesus:
Brennam Manning diz:
“… O problema com nossos ideais é que, se vivermos de acordo com todos eles, nos tornamos pessoas com as quais e impossível se conviver.
A auréola torta do pecador salvo é vestida com folga e com graça fluente.
Descobrimos que a cruz realizou muito mais do que revelar o amor de Deus. O sangue do Cordeiro aponta para a verdade da graça: o que não podemos fazer por nós mesmos Deus fez por nós.
Na cruz, de alguma forma, de alguma maneira, Cristo levou sobre si nossos pecados, assumiu nosso lugar, morreu por nós.
Na cruz, Jesus desmascara o pecador não apenas como mendigo, mas como criminoso diante de Deus. Jesus Cristo tomou sobre si nossos pecados e levou-os embora.
Não somos capazes de lavar a mancha de nossos pecados, mas ele é o Cordeiro que tira os pecados do mundo.
Por que ele morreu?
Mas a resposta parece muito fácil, muito pronta. Sim, Deus salvou-nos porque nos amou. Mas ele é Deus.

Ele tem uma imaginação infinita. Ele não poderia ter sonhado uma redenção diferente? Não poderia Deus ter nos salvado com um sorriso, com um espasmo de fome, uma palavra de perdão, uma única gota de sangue?
E se ele tinha de morrer, então pelo amor de Deus — pelo amor de Cristo — não poderia ter morrido num leito, morrido com dignidade?
Por que foi condenado como um criminoso?
Por que suas costas foram esfoladas pelos açoites?
Por que sua cabeça foi coroada com espinhos?
Por que ele foi pregado à madeira e deixado para morrer numa agonia lenta e pavorosa?
Por que o seu último suspiro foi dado em meio à sangrenta desgraça, enquanto o mundo pelo qual ele se oferecia instigava os seus algozes com fúria selvagem?
Por que eles tinham de se dar bem?…”.

Porque a gente tem que se dar bem?

Desfecho: I João 4:10 “… Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados…”.

Propiciação: ação ou ritual com que se procura agradar uma divindade, uma força sobrenatural ou da natureza para conseguir seu perdão, seu favor ou sua boa vontade.
Sacrifício ou oferenda que se faz para aplacar a ira dos deuses.

Lucas 18:13 “… O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!.”

Eu pergunto:
Estamos batendo no peito à procura da propiciação de Deus, ou legislamos em causa própria pelo merecimentos por “serviços prestados” no Reino?
Em que lugar dessa parábola nos encaixamos?
Qual dos dois personagens somos nós?
Qual o tamanho de nossa auréola?
A auréola do fariseu cheio de verdades absolutas e currículo invejável, pessoa certa para casar, “integra”, de ilibada reputação, tanto religiosa como pessoal, um nascisista ao extremo, capaz de quase, mas por muito pouco, rejeitar propiciação da cruz, por “quase não ter erros”?
É essa que nos serve e causa enxaqueca espiritual?

Ou será a auréola do publicano que sente dores terríveis, não pela auréola apertada, mas dores por todo o corpo, da planta do pé até o último fio de cabelo, tudo dói, uma vergonha só, como nas raras vezes se expressa: – eu sou um lixo! Seria essa?

Pode parecer cômodo ser o publicano, assumir poeticamente que batemos no peito clamando por aceitação divina, mas a realidade que vem com esse ser desprezível é proporcional ao seu pesar doloroso.O publicano a que Jesus referia era homem corrupto, mentiroso, bêbado, fumante inveterado, viciado em baladas, sexo, drogas, prostituído, homicida, adúltero de mente e corpo, vagabundo com mente profana,suja e cruel.

Este é um superficial perfil do publicano referido por Jesus, mas algo aconteceu na vida desse homem que o fez entrar na igreja, talvez pela primeira vez em sua vida, algo de muito terrível o empurrou para o templo que foi alvo de muitas de suas piadinhas preconceituosas.

Alguma coisa o abateu, o derrubou de tal forma que ele não tinha mais nenhum lugar onde poderia ir, essa queda, esse “fundo do posso” o fez olhar para cima, pois para baixo não tinha mais nada em que se afundar.

Essa miserável inquietação o fez refletir e concluir que não tinha mais solução, nada do que fisesse iria mudar sua vida, decepcionado com o que viu diante do espelho, talvez depois de uma overdose que quase o levou a óbito, esse homem saiu em disparada para a primeira igreja que viu na frente.

Entrou sem se preocupar com a vista dos homens, estava maltrapilho, e logo foi identificado pelos burocratas religosos, mas não se importou, não ousou assentar-se e sujar os bancos, em pé mesmo, no fundo do salão, no cantinho à esquerda, no último lugar esse homem batia no peito, chorava e pedia a Deus “propiciação”, não pedia perdão, não se achou digno de alcançá-lo com palavras.

Sentia que o que havia feito até aquela hora tinha deixado Deus muito zangado e que nada do que fisesse o salvaria, e de fato não salvaria, então clamou por sacrifício, clamou para Deus assumisse seu lugar (Sê Propício a mim).

Segundo as palavras de Jesus no verso 14, Deus atendeu o pedido, o homem saiu justficado pois o que narrava a história era a propiciação…

Agora ele é um pecador salvo, prostrado em adoração, perdido em assombro e louvor. Não consegue acreditar que Deus fez isso, mas aceita.

“… O arrependimento não é o que fazemos para obter o perdão; é o que fazemos porque fomos perdoados…”.
“… O Arrependimento serve como expressão de gratidão em vez de esforço para obtenção do perdão…”.
“… Portanto, a seqüência: perdão primeiro e arrependimento depois (e não arrependimento primeiro, perdão depois) é crucial para a compreensão do evangelho da graça…”.
Amazing Grace!

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