domingo, 22 de setembro de 2024
Pesquisar
Close this search box.

Jovem da região quer na Justiça aumento do pênis

Um tradutor de 30 anos procurou a Justiça de Rio Preto para solicitar ao Sistema Único de Saúde (SUS) a pagar uma cirurgia de aumento peniano. O Ministério Público recebeu…

Um tradutor de 30 anos procurou a Justiça de Rio Preto para solicitar ao Sistema Único de Saúde (SUS) a pagar uma cirurgia de aumento peniano. O Ministério Público recebeu a reclamação e determinou que a Secretaria Municipal de Saúde forneça um laudo ao jovem sobre o caso. J.A. tenta o procedimento há um ano.

O autor já procurou dez médicos, entre os quais cirurgiões, urologistas, clínicos gerais e psiquiatras. Nenhum profissional se dispôs a fornecer um laudo que comprove a real necessidade. A justificativa médica é sempre a mesma: ele tem patologia normal, portanto, a cirurgia é desnecessária.

O tradutor afirma que seu pênis, ereto, tem 17 centímetros de comprimento. É mais do que a média do brasileiro, que mede cerca de 12,5 cm. Para A., no entanto, a questão vai muito além da matemática. O jovem afirma que tem disfunção erétil, baixa autoestima e até depressão.

“A minha vida não tem sentido se eu continuar desse jeito. Eu preciso dessa cirurgia, pois não sou feliz com o tamanho do meu órgão genital. É uma situação de qualidade de vida, e não estética”, desabafa e revela que quer um pênis com 25 cm.

“As mulheres que não se sentem bem com os seios colocam silicone. Por que não posso fazer o aumento peniano?”, questiona. “Não tem nada de mais. É só um desejo pessoal, pois não me sinto bem. Não tenho uma relação sexual perfeita. Eu me sinto um lixo.”

O procedimento

Enquanto não conseguir atingir o seu objetivo, o tradutor começou a pesquisar sobre o tema. Descobriu, por exemplo, que a cirurgia é realizada em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ele já procurou o Hospital de Base para realizar a cirurgia, mas recebeu a informação que a instituição não faz este tipo de procedimento.

O urologista e professor Geovanne Furtado Souza explica que a cirurgia buscada por A. só é indicada a pacientes com micropênis (menor que 5 cm) ou para as pessoas que sofreram amputação em razão de tratamentos de câncer ou acidentes. Também há casos de pacientes que sofrem de intersexo (hermafroditas).

“Apesar da existência de várias técnicas, não existe nenhuma com resultado favorável e que seja aprovada por sociedade médica ou órgão governamental. Ao todo, 80% dos pacientes ficam insatisfeitos com a cirurgia.” O especialista afirma ainda que a pessoa só tem problemas de saúde, entre os quais dificuldades para urinar e na relação sexual, quando o pênis é menor de 5 cm.

Souza acrescenta que os principais métodos para aumentar o pênis são injeção de substâncias, bomba de sucção, lipoaspiração, secção do ligamento suspensor do pênis, implante de prótese peniana e uso de enxertos de músculo da própria pessoa.

O promotor Aparecido Donizete dos Santos afirma que determinou a realização do laudo, pois é um direito do usuário do SUS. “É a única atitude que podemos ter nesse caso. Se ele for entrar com ação, deve procurar um advogado de sua confiança.” A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que não foi notificada ainda pelo Ministério Público, mas vai atender a solicitação do MP.

Notícias relacionadas