Admitindo-se a falência do sistema oficial de ensino, observada na grade curricular do sistema público de educação, onde o aluno passa em torno de 11 anos aprendendo, em boa parte, matérias obsoletas para conseguir seu certificado de conclusão do ensino médio, no lapso sempre condicionado a exercitar comportamentos sem combatividade, que não o qualificam para viver numa sociedade altamente competitiva, sendo depois abandonado no mercado de trabalho sem a mínima condição de organizar-se e muito menos ter chances de conseguir um bom emprego.
Com a intenção de fornecer novos recursos mentais e intelectuais aos cidadãos que se encontram um tanto quanto aturdido vivendo estes novos tempos, transcrevo abaixo artigo de Bernardo Toro, educador colombiano, intitulado: “ Os Sete Códigos da Modernidade”.
Domínio da leitura e escrita. Para se viver e trabalhar na sociedade altamente urbanizada e tecnológica do século 21 será necessário um domínio cada vez maior da leitura e da escrita. Saber ler e escrever já não é um simples problema de alfabetização, é um autêntico problema de sobrevivência.
Capacidade de fazer cálculos e resolver problemas. Na vida diária e no trabalho é fundamental saber calcular e resolver problemas. Calcular é fazer contas, saber matemática. Resolver problemas é mais do que matemática: é saber tomar decisões fundamentadas em todos os domínios da vida. Na vida social é necessária dar solução positiva aos problemas e às crises.
Capacidade de descrever, analisar e interpretar dados, fatos e situações. Na sociedade moderna é fundamental a capacidade de descrever, analisar e comparar, para que a pessoa possa expor o próprio pensamento oralmente ou por escrito. Para serem produtivos na escola, no trabalho e na vida como um todo; os alunos também precisarão aprender a expressar-se oralmente e por escrito.
Capacidade de compreender e atuar em seu entorno social. A construção de uma sociedade democrática e produtiva requer que os jovens recebam informações e formação que lhes permitam atuar como cidadãos. Exercer a cidadania significa: ser uma pessoa capaz de converter problemas em oportunidades; ser capaz de organizar-se para defender seus interesses e solucionar problemas, por meio do diálogo e da negociação, respeitando as regras, leis e normas estabelecidas; criar um objetivo comum a partir da diversidade e da diferença, sem jamais confundir unidade com uniformidade (pensarem todos da mesma forma); atuar para fazer do Brasil um estado social de direito, isto é, trabalhar para tornar possíveis, para todos, os direitos humanos.
Capacidade de receber criticamente os meios de comunicação. Um receptor crítico dos meios de comunicação (cinema, televisão, rádios, jornais, revistas) é alguém que não se deixa manipular como pessoa, como consumidor, como cidadão. Aprender a entender os meios de comunicação nos permite usá-los para nos comunicarmos à distância, para obtermos educação básica e profissional, articulamo-nos em nível planetário e para conhecermos outros modelos de convivência e produtividade. Os meios de comunicação não são passatempos. Eles produzem e reproduzem novos saberes, ética e estilos de vida. Ignorá-los é viver de costas para o espírito do tempo em que nos foi dado viver.
A capacidade de localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada. Num futuro bem próximo, será possível ingressar no mercado de trabalho sem saber localizar dados, pessoas, experiências e, principalmente, sem saber como usar essa informação para resolver problemas. Será necessário consultar rotineiramente bibliotecas, hemerotecas (sessões de bibliotecas que cuidam de jornais e revistas), videotecas, centros de informação e documentação, museus, publicações especializadas e redes eletrônicas. Todos os adolescentes devem, portanto, aprender a manejar a informação.
A capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupo. Saber associar-se, saber trabalhar e produzir em equipe, saber coordenar, são saberes estratégicos para ser um bom profissional e fundamentais para a democracia.
Tenham sempre em mente que levando em consideração e dando a devida importância a estas Competências Mínimas para a Inserção Produtiva no Século 21, perceberemos que em muito será facilitada as relações pessoais e profissionais de quem se inicia no atual mercado de trabalho.
Antônio Leal da Silva
É Oficial de Justiça da 2ª Vara Cível de Fernandópolis
