Dias atrás, editorial da “Folha de S. Paulo” informou que “não há dúvida que o estado vive uma onda de violência” e que “o governo perdeu o controle”, principalmente porque as maiores vítimas dessa violência acabam sendo os moradores das regiões mais pobres, geralmente mais carentes e abandonados, que acabam sendo constantemente confundidos com bandidos, o que todos sabemos não é verdade.
Apesar dos números assustadores e que não param de crescer, nossas autoridades continuam insistindo que a solução é o aumento da repressão e a construção de presídios. Não há nenhum “mea culpa” pelo evidente fracasso da atuação do estado nesse tema.
No geral, as autoridades não conseguem explicar o caos e a ineficiência que são provocados, basicamente, penso eu, pela falta de planejamento estratégico e de investimentos no setor. Além disso, continuam esquecendo de fazer investimentos em educação e sem educação, não há futuro, isso já ficou provado.
Por sua vez, as cidades do interior deixaram de ser, há muito tempo, o mar de tranqüilidade que sempre foram.
Ao que parece, a violência que só existia nas grandes cidades chegou para ficar e Fernandópolis não está fugindo à essa regra, infelizmente.
O avanço do tráfico e o aumento dos usuários de drogas é que vem provocando essa onda e a população está extremamente assustada com a escalada da violência.
O mais preocupante é o envolvimento de adolescentes nos crimes.
Aqui em Fernandópolis, para servir como exemplo, estamos cansados de ouvir notícias de casas invadidas e bens surrupiados, todos os dias. Também é público e notório que muitos desses delinqüentes são presos num dia e soltos no outro, continuando a delinqüir, num circulo vicioso que não tem mais fim.
A população não agüenta mais tanta burocracia na hora de prestar queixa e elaborar boletim de ocorrência apenas por mera formalidade, já que, na maioria das vezes, sabe que “não irá virar nada” e o seu prejuízo vai passar a fazer parte das estatísticas, tão somente.
Enquanto isso, ao mesmo tempo em que os índices de violência disparam, cresce assustadoramente o faturamento da empresas particulares que prestam serviços nessa área, a confirmar aquele velho ditado de que “a desgraça de um é a alegria de outro”.
Até quando vamos suportar esse estado de coisas?