domingo, 22 de setembro de 2024
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Conselho de Ética mantém investigação contra vereador acusado de abuso de menores

A decisão da Polícia Civil de livrar o presidente da Câmara, Oscarzinho Pimentel (PSL), do indiciamento por suposto crime de exploração sexual, não deverá atrapalhar a investigação contra ele por…

A decisão da Polícia Civil de livrar o presidente da Câmara, Oscarzinho Pimentel (PSL), do indiciamento por suposto crime de exploração sexual, não deverá atrapalhar a investigação contra ele por suposta quebra de decoro parlamentar junto ao Conselho de Ética. Essa é a promessa dos três integrantes da comissão de inquérito que apura possível envolvimento de Oscarzinho em programa sexual com duas adolescentes de 17 anos.

“A investigação vai seguir normalmente no Conselho de Ética. Queremos saber da delegada os argumentos que ela usou para não indiciar o vereador Oscarzinho”, afirmou o presidente da comissão de inquérito, José Carlos Marinho (PP). “O caso não será arquivado no Conselho de Ética só porque a delegada decidiu não indiciar o vereador. Vamos aguardar a defesa de Oscarzinho para decidir os próximos passos da apuração do caso.”

Marinho quer ter acesso à investigação da delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Dálice Ceron, que decidiu não indiciar o presidente do Legislativo. Ela investigou denúncia de possível crime cometido por Oscarzinho previsto no artigo 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O caso será remetido para análise do Ministério Público.

A mãe da menor A.C, de 17 anos, denunciou o caso no dia 29 de junho. A adolescente relatou que Oscarzinho teria feito um programa sexual com ela e a amiga T., que teria sido responsável por intermediar o encontro. O vereador teria recebido R$ 400 pelo encontro.

A.C. indicou que esteve com Oscarzinho no dia 22 de junho. Ela afirmou que, antes de ir até o motel, ele passou por uma padaria e um velório no cemitério São João Batista. As versões da menor foram confirmadas por gravações e testemunhos. “Com as informações da delegada em mãos, vamos definir as pessoas que serão ouvidas. Se a comissão entender que os depoimentos colhidos pela delegada são suficientes, nós podemos usar o material da polícia no Conselho de Ética”, afirmou Marinho.

Oscarzinho tem até a próxima segunda-feira para apresentar sua defesa no conselho. Ontem, por meio de sua assessoria, ele afirmou que não se manifestaria sobre a decisão da delegada de não indiciá-lo pelo suposto abuso de menores.

O advogado do vereador do PSL, Luiz Fernando Volpe, afirmou também que irá aguardar a manifestação do Ministério Público sobre o caso. O promotor de Justiça Fábio Miskulin deverá receber o inquérito policial já na próxima semana. Ele poderá pedir novas diligências, denunciar Oscarzinho à Justiça ou arquivar o inquérito policial.

Segundo Volpe, as perícias realizadas pelo Instituto de Criminalística (IC), a pedido da polícia, não indicou que alguém estava no carro de Oscarzinho na padaria, onde ele comprou pães e mortadela. O advogado de Oscarzinho disse ainda que a perícia no telefone da menor T., não teria indicado ligações feitas e recebidas do celular do parlamentar.

L.,mãe da adolescente A.C., disse estar indignada com a decisão da delegada de Defesa da Mulher (DDM), Dálice Ceron, de não indiciar o presidente da Câmara, Oscarzinho Pimentel (PSL), no inquérito policial. “Fiquei indignada com ela (delegada). A minha palavra e da minha filha parece que não vale nada”, desabafou L.

A mãe da adolescente teme que o suposto crime de exploração sexual cometido por Oscarzinho fique impune. “Espero que o Ministério Público olhe com atenção e carinho (o caso). Uma família foi destruída psicologicamente. Vou ajudar a minha filha a sair desta angústia, dessa depressão.”

L. revelou que durante as investigações sua filha levou policiais ao quarto do motel onde teria sido realizado o encontro com Oscarzinho. Para a mãe da adolescente há indícios do crime, já que A.C indicou provas, como a ida de Oscarzinho até a padaria e ao velório no cemitério São João Batista.

O advogado de T., Nilson Grisoi Júnior, afirmou que na noite do dia 22 de junho – data do possível encontro -, a menor telefonou para o vereador do PSL. A ligação, no entanto, foi para conseguir um emprego para A.C.

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