sábado, 21 de setembro de 2024
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“Tete” é condenado a 30 anos por duplo homicídio

Wellington Antônio Bedana, de 26 anos, o “Tete”, foi condenado pelo tribunal do júri a 30 anos de cadeia, por ter sido considerado culpado pelo homicídio de Claudio Luís Figueiredo…

Wellington Antônio Bedana, de 26 anos, o “Tete”, foi condenado pelo tribunal do júri a 30 anos de cadeia, por ter sido considerado culpado pelo homicídio de Claudio Luís Figueiredo e Hungles Rogério da Silva, o “Dunga”, no dia 30 de dezembro de 2010, em uma travessa no bairro Pró-povo, em Votuporanga.

A defesa já entrou com recurso da decisão.
Tete foi condenado por ter assassinado os dois homens a tiros após uma cobrança de dívida de drogas, envolvendo o irmão de Hungles, usuário de entorpecentes. Os jurados acataram a denúncia da acusação e o réu recebeu pena do juiz Jorge Canil de 30 anos de reclusão, sendo metade para cada homicídio.

O julgamento começou por volta das 9h30. Os trabalhos se iniciaram com a formação do Conselho de Sentença, composto por Uelinton Garcia Peres, Antônio Carlos de Camargo, Mário César Homsi Bernardes, Cleide Maria Monari Semenzato, Isac Ferreira da Silva, Cleide Trevisan Rendeiro e Joslei Rossini.

Em seguida, foram ouvidas quatro testemunhas e também o réu, que alegou legítima defesa. na sequência, antes da pausa para o almoço, o representante do Ministério Público, promotor José Vieira da Costa Neto, deu início ao debate entre as partes, mostrando aos jurados os argumentos da acusação.
Acusação

O promotor José Vieira afirmou que Tete já foi condenado a 16 anos de prisão, em processo da 4ª Vara, por tráfico de entorpecentes. Durante o seu discurso, ele comentou a onda de assassinatos e crimes violentos que aconteceram em Votuporanga recentemente. “Votuporanga está sendo tomada por uma onda de homicídios. Precisamos fazer alguma coisa”, afirmou.

A acusação justificou a qualificadora do duplo homicídio por motivo torpe. “Um assassinato por dívida de drogas é repugnante. As vítimas foram tirar satisfação com o traficante, que estava afundando o irmão de Hungles nas drogas. O Hungles, o Dunga, era lutador, teve um passado violento, mas nunca ao ponto de cometer um crime. Foi defender o irmão, mas não com a intenção de cometer algum crime, já que não estava armado. Ele foi morto com tiros no peito e na cabeça.

Claudio tentou fugir, mas morreu ao receber um tiro nas costas. Um outro tiro ainda acertou o pé de uma pessoa que estava no interior de uma casa próxima. Eu peço a pena de 40 de prisão para o acusado”, disse José Vieira.
Defesa

A defesa de Tete foi representada pelos advogados Marcus Gianezi, Elissandra Martinez Guimarães Gianezi e Nelciades Oliveira Filho. Os defensores alegaram que o crime ocorreu em legítima defesa e pediu a exclusão da motivação torpe (dívida de tráfico de drogas). Não negaram a autoria, mas tentaram mudar a acusação de homicídio qualificado para homicídio simples, o que representaria redução na pena.

“O réu foi agredido antes dos homicídios. Depois, o Hungles (Dunga) voltou armado à casa dele, armado com dois braços musculosos, além de conhecimento em artes marciais e comportamento agressivo. Ele não foi até a casa das vítimas cometer o crime, ou armou uma tocaia. Ele estava em casa quando o Hungles e o Claudio chegaram por lá. E ele, armado, se defendeu”, afirmou o advogado Nelciades Oliveira Filho.

Já Marcos Gianezi tentou apontar aspectos no processo que não provavam que Tete era o traficante com que o irmão de Hungles buscava drogas.

Após o debate, o Conselho de Sentença se reuniu por cerca de uma hora e quinze minutos e considerou Wellington Antônio Bedana culpado por todas as acusações. Ele saiu do Fórum direto para uma penitenciária da região, onde começa a cumprir a pena em regime fechado.

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