domingo, 22 de setembro de 2024
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Taxista de 72 anos é assassinado a facadas

Quando o casal foi dormir na noite de quarta-feira, Terezinha Abadia Martins, 80 anos, fez um pedido ao marido, Antônio Martins, de 72: que abandonasse a profissão de taxista. Foi…

Quando o casal foi dormir na noite de quarta-feira, Terezinha Abadia Martins, 80 anos, fez um pedido ao marido, Antônio Martins, de 72: que abandonasse a profissão de taxista. Foi a última conversa que tiveram. Ontem pela manhã, ele saiu para trabalhar, deixou a mulher ainda dormindo e acabou morto por um passageiro.

O corpo da vítima, com sinais de duas facadas, sendo uma no peito e uma no braço esquerdo, foi encontrado dentro do veículo capotado na rua Antônio Lopes dos Santos, no bairro Jockey Clube, por volta das 10h. Cerca de meia hora depois de o taxista ter deixado o ponto em que trabalhava, na praça Dom José Marcondes, no centro de Rio Preto, com um passageiro.

“Estávamos conversando e brincando, como era de costume, quando eu e mais um taxista resolvemos tomar um café. Antônio ficou sozinho no ponto. Quando voltamos, ele já havia saído com o passageiro”, lembra o amigo da vítima e também taxista José Hernandes, 50. Martins estava na profissão havia 12 anos. Alguns pertences, como GPS, celular, relógio e R$ 20 foram encontrados no veículo. Além da faca usada no crime.

O caso foi registrado como latrocínio – roubo seguido de morte – devido à pouca quantia em dinheiro encontrada junto à vítima. A Polícia Civil acredita que o taxista tinha mais dinheiro e foi roubado pelo assassino. “Iniciamos as investigações, mas ainda não temos pista. A equipe está nas ruas levantando imagens de câmeras de seguranças de estabelecimentos próximos para tentar identificar o autor”, afirma o delegado Alceu Lima de Oliveira Junior, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

A cerca de 20 metros de onde a vítima trabalhava está instalada uma câmera de monitoramento da Empresa Municipal de Urbanismo (Emurb), controlada pela Polícia Militar. No entanto, o equipamento não capturou nenhuma imagem do passageiro que, supostamente, teria cometido o crime.

A câmera gira 360 graus para filmar toda a praça. Segundo a PM, no horário em que o passageiro chegou ao ponto, o equipamento estava voltado para o outro lado da praça. Ainda nesta semana, a Polícia Civil irá chamar taxistas que trabalham no mesmo ponto para prestar depoimentos. Este é o quarto caso de latrocínio registrado na cidade neste ano. E o quinto envolvendo taxistas nos últimos quatro anos registrados pela polícia de Rio Preto e região.

Antônio Martins era caminhoneiro e mudou de profissão há 12 anos por influência da mulher, que também trabalha como taxista. Com medo de assaltos, ele trabalhava apenas durante o dia e evitava carregar dinheiro no veículo.

“Todo dia, logo depois do almoço, ele vinha para casa e deixava o dinheiro que havia ganho”, lembra Terezinha. Apesar de ser taxista, a mulher presta serviços apenas para pessoas conhecidas e tem como ponto a sua casa. Antônio havia sido vítima de um assalto cerca de cinco meses atrás. Na ocasião, um ladrão fugiu levando aproximadamente R$ 100.

A morte de Antônio trouxe ainda mais insegurança para os profissionais da categoria. “Sempre tive medo, agora estou com mais receio, mas tenho que trabalhar. Não tem como largar a profissão”, diz o amigo da vítima José Hernandes, que há um ano e meio trabalha como taxista. “Comparo o risco que corremos aos dos policiais militares, mas com a diferença que não andamos armados”, acrescenta.

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