sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Novo regime automotivo traz dúvidas sobre aumento no preço dos carros

Os brasileiros que andavam planejando comprar um carro novo ficaram com dúvidas, depois do anúncio do chamado regime automotivo. É que o governo decidiu vincular reduções de imposto a compromissos…

Os brasileiros que andavam planejando comprar um carro novo ficaram com dúvidas, depois do anúncio do chamado regime automotivo.

É que o governo decidiu vincular reduções de imposto a compromissos dos fabricantes, com investimento em pesquisa e com o desenvolvimento de motores mais econômicos, por exemplo. As questões que não ficaram claras são: como isso vai se refletir nos preços dos carros? E, mais importante, quando?

Quem comprar um carro novo daqui a cinco anos não vai precisar parar tanto para abastecer. Até 2017, as montadoras são obrigadas a produzir carros que consumam em média 13% menos combustível.

A economia pode chegar a 23%. Assim, um carro a gasolina, que hoje percorre 14 km/l, passaria a percorrer 17 km/l. Em um carro a álcool, o número de quilômetros rodados por litro subiria de 9,7 km/l para quase 12 km/l.

Redução do consumo, mais investimento em pesquisa e uso de mais peças nacionais estão previstos no novo regime automotivo, que entra em vigor em janeiro. As montadoras que cumprirem as metas, além de não serem penalizadas com 30 pontos percentuais a mais de IPI, podem conseguir desconto de outros quatro pontos.

O governo também quer ver nos carros nacionais um sistema que alerta o motorista sobre o risco de colisão e o controle de estabilidade para evitar capotamento, tecnologias disponíveis em modelos importados.

“Na maioria das montadoras já existem projetos feitos, dependendo do modelo do veículo. Todas já têm isso disponível”, aponta Nilton Monteiro, da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva.

A pergunta é: carros mais avançados, mais eficientes, vão custar mais caro para o consumidor ou a redução do imposto vai compensar esses custos? Essa é uma pergunta que, por enquanto, tem várias respostas diferentes.

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, espera que os preços caiam.
“Ao estimular a concorrência, estão vindo para o Brasil novos entrantes, novas indústrias, isso vai forçar para que a industria aqui já estabelecida também reduza seus preços. Queremos carros mais baratos”, ressalta.
Mas a indústria não quer se comprometer.

“É difícil fazer qualquer prognóstico nesse sentido da redução de preço”, opina o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini.

“É impossível adotar um sistema moderno, com vários equipamentos, investimentos em manufatura, em equipamentos, sem haver uma majoração”, diz Monteiro.

As importadoras também podem aderir ao regime. A partir de janeiro, as que cumprirem uma série de regras poderão importar no máximo 4800 carros por ano sem pagar mais IPI.

O setor diz que algumas empresas podem reduzir o preço dos importados, mas que a maioria deve compensar a queda no lucro que teve este ano.

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