sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Reflexão sobre o “Belo”

As pessoas só morrem quando são esquecidas. Não se assuste, é que li isso em algum lugar e ultimamente tenho me dedicado a refletir sobre o assunto, até que, na…

As pessoas só morrem quando são esquecidas. Não se assuste, é que li isso em algum lugar e ultimamente tenho me dedicado a refletir sobre o assunto, até que, na semana passada, pude comprovar a dureza dessa afirmativa ao ser informado da morte de Antonio José Zaparolli.

Embora não tivesse tido a oportunidade de privar de seu convívio, acompanhei sua trajetória à frente daquele que hoje é, certamente, um dos maiores empreendimentos da cidade.
Sem querer entrar no mérito dos seus erros e dos seus acertos, a verdade é que Tom Zé, como era carinhosamente chamado, nos deixou um legado único e não há como negar que a nossa Santa Casa foi projetada por ele para o futuro.

Moldado num tempo em que não havia tanto “oba oba” e as pessoas arregaçavam as mangas para transformar sonhos em realidade, a maioria delas pelo simples prazer de servir, Tom Zé mobilizou a cidade em torno da sua obsessão de quantificar e qualificar cada vez mais a instituição e seus profissionais.

A fala mansa e o sorriso fácil abriam as portas do diálogo constante e encerravam todas as discussões, mesmo aquelas em que a razão não lhe assistia.

Tanto insistiu em nominar a todos de Belo que acabou ficando refém da alcunha.Á sua época, quando detinha poder e a entidade ia de vento em popa, Tom Zé era bajulado pelos políticos.

Traído principalmente por aqueles que o bajulavam, longe do poder, foi sendo esquecido aos poucos, daí porque sua morte remete à frase inicial.

Renegado até pelos que o sucederam, mesmo seus adversários hão de concordar que o futuro reservou para ele o panteão dos grandes líderes. Sim, porque um líder se mede pela grandeza de sua obra, pelo seu legado.

Poucos podem olhar para trás e dizer que cumpriram sua missão ou deixaram seu nome gravado na história de uma cidade.

Tom Zé podia fazê-lo. Ele sempre soube que seu caminho não era fácil, mas o Belo nunca deixou de caminhar.

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