sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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O Plano Municipal da Juventude

No Brasil, até os anos 70, a compreensão da juventude era tida, não só pelo Estado, mas pela sociedade, como “período preparatório”, sendo que o imaginário social da época tinha…

No Brasil, até os anos 70, a compreensão da juventude era tida, não só pelo Estado, mas pela sociedade, como “período preparatório”, sendo que o imaginário social da época tinha nos jovens a figura de pessoas que se tornariam “letradas” e poderiam trazer mudanças e inovações não vistas pela geração vigente. Os filhos dos que não poderiam ser “letrados”, ou seja, não poderiam dar inicio ou continuidade aos estudos passavam dessa fase e se integravam a vida adulta através do trabalho, pela “desocupação”, pela criminalidade ou através de situações de desvio, tornando-se, nesse caso, alvo de preocupação pública, e o debate central se estabelecia em termos das possibilidades de se integrar ou permanecer numa condição de marginalidade.

Isto produziu respostas dicotômicas do Estado e das instituições que tinham os jovens como público alvo: ou seja, para os jovens dos setores populares, as políticas se resumiam à algumas medidas de apoio à inserção no mundo do trabalho atuando mais fortemente em medidas de prevenção, punição ou resgate de desvio e da marginalidade.

Pois bem, nos anos 90, a “coisa muda”, desse modo, os jovens que eram vistos e tratados como “jovens em preparatório”(Estudantes), imbuídos na Esperança de promotores de um Futuro Moderno, letrado e promissor, passam, agora, a serem vistos como um setor de risco social.

Tal mudança do ponto de vista acontece devido às próprias mudanças humanas e de contextos sociais cosmopolitas, desse modo, assistimos à época , a preocupação pública e a mídia noticiando o aumento da violência e da criminalidade, do narcotráfico, uso abusivo de drogas, aumento de incidência de AIDS, da gravidez na adolescência etc.Enfim. Surgiram fatos e modificações que exigiram uma transformação no modo de lidar para se ter um resultado mais efetivo.

Tal tratamento vigora até hoje com algumas tenuidades, ocasião em que foi consagrado o termo “situação de risco e carência” que ainda utilizamos, portanto, o termo era para caracterizar o caso em que necessitasse de “resgate e salvamento”, “tirar os meninos da rua”, fazer valer os princípios do ECA. (Estatuto da Criança e Adolescente).

Contemporaneamente, um novo paradigma está sendo implementado em diversos países em relação ao trato da juventude. O jovem de antes como ente do “período preparatório” (até os anos 70) e no passado recente, jovem tratado como “setor de risco social”, vai aos poucos perdendo espaço para uma nova estratégia de trato: o jovem como ator estratégico no desenvolvimento local.

Nossa Cidade

Fernandópolis vive o paradoxo da anterioridade, vive e se apega ao enfrentamento dos antigos paradigmas, sendo que esses, possuem como única escapatória e tendência, a proibição e busca por soluções mais enérgicas, tirando o foco e a sinergia de outros setores importantes e fundamentais a médio prazo. Sob esse aspecto, vale ressaltar o importante e necessário papel dos agentes, policiais, juristas, educadores, conselheiros tutelares e entre outros, no entanto, temos que nos adaptar às mudanças, o jovem e as situações, apesar de muitas vezes aparentar, não são as mesmas, o Mundo não é mesmo, as gerações não se repetem!

A colocação do jovem como “ator estratégico no desenvolvimento local” é tendência nas políticas públicas e tem gerado excelentes resultados! Incentivo a Inovação e ao Empreendedorismo pode ser fortalecido em escolas, ensino técnico e nas faculdades. O Fortalecimento e criação de Empresas Juniores entre outras iniciativas que esquecemos ou não damos a devida importância, mas que faz, de fato, a diferença.

Incentivo ao Protagonismo com participação em órgãos de decisão que podem ser criados pela Câmara, Conselhos de bairros, Grêmios em Escolas incentivados pelo Poder Executivo, e a própria questão do Orçamento Participativo (Decisão popular da aplicação de parte do Orçamento do Poder Executivo). A própria criação da Secretaria da Juventude para coordenar e incentivas as iniciativas em prol desse princípio.

A valorização e criação dos Clubes de Serviço. O incentivo às atividades comunitárias e esportivas como exemplo os grupos de Hip Hop e o time de Rugby da cidade, além das competições esportivas e atividades que fortalecem os laços comunitários! O Governo Federal tem Programas e recursos para isso!

Entre outras medidas que estão elencadas a posterior, a proposta gira em torno de reconhecimento dos jovens como agentes dinâmicos da sociedade e busca canalizar sua energia para responder as demandas da vida urbana, trazendo assim, a possibilidade de transformar, paulatinamente, de uma situação de exclusão numa Ótica do Engajamento! Engajamento de nós próprios, engajamento incentivado e livre! Engajamento para ser cidadão!

Em nossa cidade existe um potencial efetivo para iniciarmos e dar continuidade à um trabalho assim, sugiro essa iniciativa e contribuo para isso através desse link https://docs.google.com/file/d/0B5j0hBilCUCHSHFtd3pBX0FOdW8/edit?usp=sharing, com o sonho e a esperança de se tornar efetivo, de que se construa coletivamente, de se tornar uma norma que transforme e traga a proatividade da Juventude à nosso favor.

Está na hora da sociedade Fernandopolense discutir e pensar o futuro de sua população, a Boa Política Agradece.

Participem!

Eduque às crianças e não será necessario castigar aos homens

Pitágoras

Leonardo Volpatti

Fernandopolense e Assessor Legislativo no Senado Federal

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