Homem que foi chamado de pretinho pede indenização, mas a Justiça nega. O caso aconteceu numa briga de vizinhos em Alterosa, cidade do Sul de Minas.
Um acusou o outro de ter invadido o terreno dele com um veículo. O homem negro retirou a chave do carro, dizendo que foi para evitar que o vizinho fugisse. O que ficou sem a chave chamou a polícia.
Quando os policiais chegaram, perguntaram quem tinha tirado a chave do carro. Apontando o dedo, o homem disse, foi aquele pretinho ali.
O juiz que analisou o caso considerou que não houve ofensa ou preconceito e que a intenção foi apenas identificar a pessoa que pegou a chave, pelo biotipo dele, ou seja, a cor da pele.
Ao perder a ação na primeira instância, o vizinho negro recorreu ao Tribunal de Justiça de Minas. Os desembargadores que julgaram o caso também concordaram com a decisão do juiz e decidiram que não houve a intenção de ofensa nem preconceito.
O relator do processo escreveu que o preconceito não deve ser tolerado, mas é preciso fazer distinção entre o tratamento ofensivo, a discriminação, e as expressões usadas no convívio social.
