O presidente da Câmara dos Deputados promoveu um verdadeiro “vôo da alegria” no último final de semana, levando parentes e amigos em um avião da Força Aérea Brasileira, de Natal para o Rio de Janeiro, para assistir a final da Copa das Confederações.
Na comitiva, noiva, cunhado, enteados e outros agregados.Flagrado com a “boca na botija”, Henrique Alves (PMDB) afirmou, por meio de nota oficial, que vai reembolsar aos cofres públicos os valores correspondentes às passagens aéreas dos parentes.
Segundo os cálculos feitos pela sua assessoria, com base no preço médio de passagens de ida e volta entre Natal e Rio de Janeiro, o valor total reembolsado deverá ser de R$ 7 mil.
A grande questão não está na devolução do dinheiro (mau) gasto, mas, porque e como ela vai acontecer, tão somente depois que o assunto se tornou público e foi explorado pela grande mídia. O episódio reforça a convicção popular de que, infelizmente, as coisas vão demorar a mudar no Brasil. Mas vão mudar, disso não temos dúvida.
Isso porque, uma semana depois de comandar a votação de leis que gozavam da simpatia popular e foram aprovadas com a simpatia e a força das ruas, o presidente da Câmara mostrou que os políticos não estão nem aí e continuam achando que o nosso dinheiro é capim.
Aliás, ficou claro que, não tivesse havido toda essa repercussão, ele teria ficado quietinho no seu canto e deixado o prejuízo por nossa conta.
Se realmente fosse sério, até para servir de exemplo, o deputado deveria ter viajado com seus familiares em vôo comercial, como todo cidadão comum.
Ainda que estivesse em missão oficial, representando a Câmara, seria uma maneira de mostrar que de fato está antenado com a “voz rouca das ruas”. Pelo visto, não está, o que é lamentável.
