sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Produtos em supermercados ficam mais caros, mas diminuem de tamanho

Jefferson Gimenes, um marceneiro de 50 anos que faz compras mensais para sua família, notou que os preços dos produtos aumentaram e os tamanhos foram reduzidos quando ele foi ao…

Jefferson Gimenes, um marceneiro de 50 anos que faz compras mensais para sua família, notou que os preços dos produtos aumentaram e os tamanhos foram reduzidos quando ele foi ao supermercado em Goiânia. Ele fez com que a maioria dos molhos de tomate costumasse ter 340 gramas, mas agora muitos deles têm 300 gramas ou menos.

Esse movimento é conhecido como reduflação, que significa manter ou até mesmo aumentar os preços nas prateleiras, mesmo quando os fabricantes controlam o tamanho dos produtos.

Nos oito primeiros meses de 2023, o sabão em pó sofreu uma grande reduflação nos supermercados. O tamanho do produto do intervalo quase 10%, de cerca de 1,1 kg para 1 kg, enquanto o preço subiu de R$ 15,31 para R$ 19,18.

Em seguida, o chocolate ficou em segundo lugar entre os itens mais impactados. Durante o mesmo período, o produto diminuiu de 167,6 gramas para 143,7 gramas, enquanto o preço subiu de R$ 15,85 para R$ 16,78.

Os dados foram revelados em um levantamento realizado pela consultoria Horus, que analisou as 30 principais categorias de produtos presentes no carrinho de compras do consumidor.

Os especialistas apontam duas principais razões para as empresas praticarem a reduflação: aumentos nos preços dos combustíveis, que afetam os custos de transporte, e questões sazonais.

De acordo com Ulysses Reis, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), as empresas precisam encontrar maneiras de reduzir o impacto dos preços dos combustíveis no transporte de produtos. O aumento no preço dos combustíveis força as empresas a alocar mais recursos para o transporte, o que pode reduzir seus lucros. Portanto, as empresas repassam os custos adicionais para os preços dos produtos.

Além disso, questões sazonais, como eventos climáticos que afetam a produção de itens, também podem influenciar a reduflação. Por exemplo, as tempestades que atingiram as tarefas de trigo no Rio Grande do Sul afetaram a produção de biscoitos, levando a uma reduflação.

Os consumidores afetados pela redução têm o direito de procurar o Procon, pois as empresas são legalmente obrigadas a informar sobre alterações na gramatura de um produto de forma destacada e clara no rótulo do produto. A não conformidade pode resultar em multas para os fornecedores.

O supermercado Carrefour, por exemplo, anunciou que colocaria adesivos em produtos que sofreram reduflação em suas lojas na França. A regulamentação também exige que essas informações sejam previstas na caixa alta, em negrito e com uma cor que contrasta com o fundo.

Embora a reduflação possa ser enganosa para os consumidores, as empresas utilizam para evitar que os clientes parem de comprar. O foco geralmente não tem impacto no preço, em vez da quantidade, e muitos consumidores tendem a se preocupar mais com o custo total das compras do que com a quantidade dos produtos.

A redução afeta o bolso dos consumidores, pois pode levar a compras mais frequentes para relatar produtos que acabam mais rapidamente. O consumidor deve ficar atento a essa prática, pois, de acordo com especialistas, ela não deve desaparecer tão cedo.

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