sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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A renúncia de Genoíno

Existem momentos na vida em que fazer “papel de besta” seja melhor do que “dar uma de sabido”. O caso do agora ex-deputado Genoíno é exemplo disso. Se tivesse ficado…

Existem momentos na vida em que fazer “papel de besta” seja melhor do que “dar uma de sabido”. O caso do agora ex-deputado Genoíno é exemplo disso.

Se tivesse ficado quietinho e iniciado o cumprimento de sua pena de prisão, provavelmente poderia até se aposentar ou talvez nem ser cassado.Isso por que, se não tivesse provocado toda essa celeuma pelo seu estado de saúde, cantado em prosa e verso como gravíssimo e com risco elevado de morte, como já estava afastado, certamente seus pares na Câmara iriam aguardar o fim do prazo da licença médica para definir o que fazer com o mandato do parlamentar.

Até fevereiro, o caso poderia ser esquecido pela mídia e sem a pressão popular, poderia até conseguir sua aposentadoria por invalidez, a qual, ao que parece, estava bem encaminhada, porém, a repercussão do caso acabou com as esperanças de saída honrosa para o petista.

Agora, não adianta chorar. A decisão do STF há de ser cumprida, em que pese, segundo as palavras contidas na sua carta de renúncia, os “mais de 25 anos dedicados à Câmara e uma história de mais de 45 anos de luta em prol da defesa intransigente do Brasil, da democracia e do povo brasileiro”.

O desfecho do mensalão tem sido exemplar e o que todos esperamos é que tenha efeito pedagógico para os demais políticos. Não podemos admitir, no entanto, que tenha havido injustiça, embora todos os condenados clamem inocência (o que, aliás, não é nenhuma novidade, já que nas cadeias dificilmente ouvimos alguém se dizer culpado). A verdade é que os deputados cassados foram vítimas de uma armadilha criada por eles próprios. Durante várias décadas, o foro privilegiado era a garantia de salvo conduto para os políticos, a certeza de que nunca seriam condenados.

Agora, o foro privilegiado impediu que tivessem direito ao “duplo grau de jurisdição”, ou seja, se tivessem sido julgados como qualquer cidadão comum, poderiam reverter as decisões condenatórias nos Tribunais de seus estados ou até no STF.

Agora, infelizmente para eles, “o feitiço virou contra os feiticeiros”. Não tem mais jeito. Consumatum est!

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