sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Por menos recesso na Câmara de Vereadores

Anteontem foi realizada a última Sessão Ordinária do ano na Câmara Municipal de Fernandópolis. Independente dos onze projetos aprovados, diga-se, numa velocidade impressionante, com direito a inversão da pauta e…

Anteontem foi realizada a última Sessão Ordinária do ano na Câmara Municipal de Fernandópolis. Independente dos onze projetos aprovados, diga-se, numa velocidade impressionante, com direito a inversão da pauta e tudo, o que de acordo com algumas informações ocorreu porque os nobres edis tinham uma peixada para ir, uma questão deve ser levantada no começo de 2014. A diminuição dos recessos parlamentares.

Em Fernandópolis existem dois recessos. Um no meio do ano, mais precisamente em julho, que dura 30 dias, e esse de final do ano, que vai da última sessão realizada em dezembro, até o final de janeiro. Como podemos ver, as férias dos vereadores ao longo de um ano duram aproximadamente 80 dias!

Não é preciso falar que esse prazo extrapola as férias de um trabalhador comum, o que já é motivo mais do que suficiente para que o recesso seja bruscamente reduzido. Além disso, a importância do cargo pede para que os nobres vereadores não fiquem tanto tempo parado (se bem que tem nego que fica parado mesmo se tivesse sessão todo dia).

Logo após o recesso de meio de ano a discussão veio à tona, trazida pelo vereador André Pessuto, mas obviamente, a discussão não foi levada adiante.

Nessa época o jornal Cidadão fez uma matéria com a opinião dos 13 vereadores, e dentre eles, sete eram favoráveis ao final do recesso (André Pessuto, Salvador Castro, Maurílio Saves, Gustavo Pinato, Francisco Arouca Poço, Valdir Pinheiro e Chamel), quatro ficaram na dúvida (Baroni, Gilberto da Saúde, Humberto Machado e Neide Garcia) e dois eram contrários (Ademir de Almeida e Arnaldo Pussoli).

Os favoráveis, liderados por André Pessuto e Chico Arouca, defendem o final do recesso de meio de ano. Os indefinidos, bem, estão indefinidos, mas se defendem dizendo que os vereadores trabalham muito, independentemente da existência ou não de sessão. Já entre os contrários, tivemos dois argumentos diferentes. O vereador Ademir de Almeida defende-se dizendo: “Eu sou a favor do recesso. Todo lugar tem. Parece que tem alguns vereadores querendo entrar com projeto, mas eu sou contra. Se todas as cidades cortarem o recesso tudo bem, agora só a gente eu sou contra.” Já Arnaldo Pussoli, argumenta divinamente: “Eu acho que tem que ter. Os professores têm, os alunos têm, então para que mudar? Que diferença vai fazer nós ficarmos lá um mês a mais? Não temos nenhum projeto encalhado, tudo já foi votado e se tiver algo de urgência, basta convocar uma extraordinária. Mesmo não estando na câmara, continuamos trabalhando, só que aqui fora. Nesse período temos a oportunidade de trabalhar mais próximos da população.”

Duas considerações sobre as colocações acima. Primeiro, para que vamos dar exemplo, para que vamos sair na frente, para que não deixaremos de copiar os outros, principalmente nas coisas ruins? E segundo, é sério que um vereador comparou a situação deles com a de um professor?

Pois bem, como podemos ver, o debate (se ele existir, e é dever da imprensa e da população pressionar para que ele exista), deverá ter algumas posições antagônicas, com o risco dessa matéria tão importante não passar pelo crivo dos vereadores. De alguma maneira, isso mostra o interesse de alguns em trabalhar pela população, demonstrando além da habitual inércia e nulidade na apresentação de projetos, uma falta de vontade sem tamanho.

Na esteira desse projeto, também deveria ser proposto o final das três sessões ordinárias por mês, passando a ser obrigatória a realização de ordinária em todas as terças-feiras.

Em suma, o final do recesso representa uma resposta do meio político aos pedidos de moralidade e comprometimento da classe com a população, transformando assim a atividade parlamentar em algo um pouco menos distante daquilo que desejamos, ajudando não só no desenvolvimento de nossa cidade, mas também transformando Fernandópolis em um exemplo para as demais cidades do país.

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