sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Perguntas e mais perguntas

A crise nos presídios do Maranhão fez ecoar uma nova pergunta que não quer calar: será que é só lá que o sistema penitenciário não funciona? Ora, a resposta é…

A crise nos presídios do Maranhão fez ecoar uma nova pergunta que não quer calar: será que é só lá que o sistema penitenciário não funciona? Ora, a resposta é simples e objetiva: NÃO!

Todos os operadores do direito e principalmente os familiares dos presos estão carecas de saber que a realidade do Maranhão não é nada diferente da realidade do restante do país. Embora assim seja, o que fazem as nossas autoridades para mudar essa triste realidade? Nada. E nós, vamos continuar calados e aceitando tudo passivamente, como, aliás, estamos fazendo há tempos?

Não se pode negar que o país está se acostumando a viver duas realidades completamente distintas em outros lugares onde existem situações parecidas com a dos presídios.

A propaganda oficial mostra que os governos estão fazendo isso e aquilo, investindo milhões aqui e acolá, mas a realidade nos mostra que em vez de melhorar, a situação está piorando a passos largos.

Não é só no caso dos presídios, mas também na saúde, na educação, na segurança pública, nos transportes, etc e tal. Só nas obras relacionadas à Copa é que não falta dinheiro e a coisa vai de vento em popa, afinal, o evento é prioridade, o país precisa mostrar ao mundo o seu “padrão FIFA”, talvez porque tenha vergonha de reconhecer que somos “padrão SUS”.

A conseqüência natural dessa nossa realidade e descaso é tentar saber onde isso vai parar. Mais especificamente no tocante aos presídios, o que está sendo feito para acabar com esta onda crescente de violência? Nada.

O país continuará amontoando presos como se fossem mercadorias descartáveis em vez de buscar uma solução definitiva para o problema. E vai continuar assim também na saúde, na educação, na segurança e em todas as demais áreas onde todos sabemos que temos problemas ou dificuldades.

A verdade é que, se nenhuma medida for tomada com rapidez, é enorme a possibilidade de que sejamos obrigados a assistir massacres coletivos de presos como se estivéssemos assistindo uma minissérie. Seria o “Big Brother Brasil” do cárcere.

Presos sendo decapitados a torto e a direito ou presos com problemas mentais vivendo em ginásios, dormindo no chão como se fossem animais, como está acontecendo lá no Maranhão, sem a mínima condição de cumprir suas penas com dignidade, continuarão sendo a tônica da nossa realidade carcerária.

Enquanto isso, parece que querendo tapar o sol com a peneira, nossos governantes seguem dizendo que está tudo sob controle e que “o bicho não é tão feio” quanto parece. Esse é o legado que queremos deixar para nossas crianças? Até quando?

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