sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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ADVF: Há mais de 10 anos transformando a realidade de deficientes visuais

Fundada no ano 2000 por Célia Fontes Mafra e seu marido Ademir Mafra, a Associação de Deficientes Visuais de Fernandópolis (ADVF) atende 84 deficientes visuais com atividades e cursos para…

Fundada no ano 2000 por Célia Fontes Mafra e seu marido Ademir Mafra, a Associação de Deficientes Visuais de Fernandópolis (ADVF) atende 84 deficientes visuais com atividades e cursos para a inclusão dos alunos no ensino regular, faculdades e mercado de trabalho.

De acordo com Célia, também coordenadora de projetos e atividades, são oferecidos aos deficientes cursos profissionalizantes, como o de Auxiliar de Escritório, e a oportunidade de participar de uma parceria com o governo estadual chamada Via Rápida Empregos, no qual eles fazem o curso e são direcionados para o mercado de trabalho. “O material que recebemos para o curso é todo transcrito em braille e outros em áudio”, diz.

A ADVF surgiu com a necessidade de proporcionar uma vida “normal” para o filho do casal, hoje com 24 anos, que também tem deficiência visual. “Na época, tínhamos chegado da cidade de São Paulo, onde ele tinha vários caminhos para seguir, mesmo sendo deficiente”, conta Célia. “Achamos que os outros deficientes podiam também ter uma vida “normal”. Assim surgiu a associação.”

Atualmente, a instituição atende pessoas com deficiência visual (total ou parcial) e com deficiência dupla, como física e intelectual, além da visual. Célia explica que, fora o direcionamento para o mercado de trabalho, os alunos recebem aulas de braille, orientação e mobilidade, atividades de vida diária – fazer a barba e usar talheres, por exemplo -, aulas de informática com programas específicos para deficientes visuais (sintetizador de voz), aulas de música e canto, prática de esporte e participação em campeonatos, além de passeios, documentação pessoal, encaminhamentos médicos, cestas básicas, remédios e visitas domiciliares da assistente social da ADVF, Michele Scavazzini.

“Este projeto visa desenvolver estratégias para estas pessoas que têm limitações em seu relacionamento com o mundo, para que possam desenvolver e usufruir de toda a sua capacidade física e mental”, afirma Célia. “Estamos falando em inclusão social e esta ideia se fundamenta numa filosofia que reconhece e aceita a diversidade na vida em sociedade. Isto significa garantia de acesso a todas as oportunidades, independente das peculiaridades de cada um.”

A ADVF recebe doações de pessoas, empresa e instituições públicas e particulares. Segundo Célia, a associação promove eventos para angariar fundos, mas boa parte das despesas é custeada com a ajuda de terceiros.

“A Prefeitura paga o aluguel da sede e mantemos convênios com o governo estadual que doa uma quantia por mês”, comenta. “É muito difícil manter uma entidade que atende 84 pessoas e conta com seis funcionários. Por esse motivo, necessitamos da ajuda de pessoas da sociedade e empresas para manter esse projeto que é o único da região.”
No último dia 14, a ADVF recebeu a doação de seis máquinas de braille e de dez bengalas da Associação Brasileira Laramara de Assistência a Pessoas com Deficiência Visual, que recebe doações de pessoas, entidades e empresas para repassá-las a organizações engajadas na inclusão de deficientes visuais em todo o país.

De acordo com Célia, os equipamentos são essenciais para a inclusão dos deficientes visuais, mas custam muito. “Uma máquina de braille custa em média R$ 2 400 e uma bengala simples R$ 70”, diz.

Os equipamentos já têm destino certo. Segundo Célia, os beneficiados pela associação são inseridos no projeto pedagógico da ADVF e aprendem a ler e a escrever em braille com a professora Sirlene Gasques Contin. Assim que os alunos são considerados prontos para frequentar o ensino regular ou a faculdade, eles recebem uma máquina de braille que os ajudará na escrita e os acompanhará pelo resto da vida.
Já as bengalas serão utilizadas nas aulas semanais de orientação e mobilidade, na qual os alunos aprendem a se locomover com a bengala ao conseguir identificar obstáculos como buracos, calçadas em desnível e árvores. “A bengala é os olhos do deficiente”, afirma Célia. “Logo que o aluno começa a ter essas aulas, ele recebe uma bengala.”

Aos que queiram contribuir com a instituição ou encaminhar alguém que tenha deficiência visual, Célia os convida a visitar a sede localizada à rua Paulo Saravalli, 293, Bairro Jardim Santa Helena, ou ligar para o telefone da associação: (17) 3463-3006.

“Será feita uma triagem com a assistente social e, após encaminhada para o oftalmologista e sabermos de qual tipo de deficiência se trata, o deficiente iniciará atividades que ele escolher ou que tiver necessidade de fazer”, diz.

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