sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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A favor dos movimentos contra a violência

“Rolezinho é uma palavra linda. É a sociedade brasileira se mexendo”, disse Caetano Veloso, com quem eu concordo plenamente. Os rolezinhos abriram 2014 como a novidade do ano. Jovens protagonistas,…

“Rolezinho é uma palavra linda. É a sociedade brasileira se mexendo”, disse Caetano Veloso, com quem eu concordo plenamente.

Os rolezinhos abriram 2014 como a novidade do ano. Jovens protagonistas, com um eficiente instrumento de comunicação se organizando para encontros movimentados. Os objetivos iniciais seriam uma grande diversão. Pelo menos, foi o que deduzi ouvindo e lendo os depoimentos dos jovens que participaram dos primeiros roles.O efeito surpresa pegou todo mundo.

Lojistas, polícia, ministros, prefeito, políticos e a mídia. Não faltaram conclusões apressadas e equivocadas. Dentre tudo que foi falado uma coisa é certa, os jovens das periferias de São Paulo e da região metropolitana precisam de mais opções de lazer e o Shopping deve ser apenas uma delas.

Outra coisa certa, o movimento não pode ser usado por gente que tem como único objetivo causar violência, como depredações e saques.

Pesquisa feita pelo Instituto Datafolha detectou que 82% da população são contra os rolezinhos, independente de idade e classe social. O viés da pesquisa mais favorável, esta entre as pessoas de nível universitário e com maior renda.
Da pesquisa é possível deduzir que a população tem um posicionamento conservador. Eu acredito que pese entre os que condenam os rolezinhos a questão da segurança.

Muita gente, sem controle, em lugar fechado, onde existem vidros, escadas rolantes, vãos livres, pode ser uma verdadeira arapuca para acidentes, tanto para os jovens, quanto para os frequentadores e lojistas.
Ultrapassando a questão da segurança não acredito que estes 82% sejam contra a frequência nos Shoppings por quem quer que seja. Até porque os Shoppings já são de longa data um dos espaços mais democráticos das cidades.

O grande e novo fenômeno é a democratização da comunicação, onde as redes sociais são parte integrante dos novos movimentos, dando voz, espaço e possibilidades às pessoas anônimas e criando também verdadeiras estrelas “os famosinhos” que conseguem chamar atenção e mobilizar milhares de pessoas.

As passeatas e protestos de 2013 talvez tenham sido um divisor de águas no Brasil, e provavelmente nada será igual ao que era antes. Que os jovens sejam bem-vindos neste novo movimento.

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