segunda-feira, 23 de setembro de 2024
Pesquisar
Close this search box.

Morre, aos 73 anos, o escritor João Ubaldo Ribeiro

Morreu de madrugada desta sexta-feira (18), no Rio de Janeiro, o escritor João Ubaldo Ribeiro. Aos 73 anos, o acadêmico teria sido vítima de uma embolia pulmonar. O corpo será…

Morreu de madrugada desta sexta-feira (18), no Rio de Janeiro, o escritor João Ubaldo Ribeiro. Aos 73 anos, o acadêmico teria sido vítima de uma embolia pulmonar.

O corpo será velado a partir das 10h, na Academia Brasileira de Letras (ABL), onde o escritor era o sétimo ocupante da cadeira número 34. “Enquanto houver quem ouça, haverá quem conte histórias”, dizia João Ubaldo Ribeiro.

Baiano da Ilha de Itaparica, João Ubaldo mudou-se com a família, ainda bebê, para Aracaju, em Sergipe. O pai, professor, nunca admitiu um filho analfabeto. Por isso, desde a mais tenra idade, João dedicou-se aos estudos com afinco. Alfabetizado, permanecia horas trancado na biblioteca de sua casa devorando livros infantis, sobretudo os de Monteiro Lobato.

Em 1951, a família voltou a viver na Bahia. Foi em Salvador que João concluiu o ciclo básico e entra para a faculdade de Direito, na qual conheceu um de seus grandes amigos, o cineasta Glauber Rocha. Juntos, editaram revistas e jornais culturais. Apesar de aluno exemplar, João nunca exerceu a profissão de advogado. E não deixou mais o mundo das letras.

Em 2008, ganhou o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa, concedido pelos governos de Portugal e do Brasil para autores que contribuem para o enriquecimento da língua. Também venceu dois prêmios Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1972 e 1984. Ao falar sobre o ofício de escrever, João resumia: “Todo mundo tem um dom. E eu acredito que o grande pecado que o sujeito pode cometer é trair seu dom.”

Entre suas obras estão “Sargento Getúlio”, “O sorriso dos lagartos”, “A casa dos budas ditosos” e “Viva o povo brasileiro”.

Algumas obras de João Ubaldo Ribeiro:

Romances:

Setembro não tem sentido – 1968

Sargento Getúlio – 1971

Vila Real – 1979

Viva o povo brasileiro – 1984

O sorriso do lagarto – 1989

O feitiço da Ilha do Pavão – 1997

A casa dos Budas ditosos – 1999

Miséria e grandeza do amor de Benedita (primeiro e-book — livro virtual — lançado no Brasil) – 2000

Diário do Farol – 2002

Miséria e grandeza do amor de Benedita, Dom Quixote – Portugal – 2003

Diário do Farol – Dom Quixote – Portugal – coleção “Grandes Autores de Língua Portuguesa” – 2003

Contos:

Vencecavalo e o outro povo – 1974

Livro de histórias – 1981 (reeditado em 1991, incluindo os contos “Patrocinando a arte” e “O estouro da boiada”, sob o título de “Já podeis da pátria filhos”).

Crônicas:

Sempre aos domingos – 1988

Um brasileiro em Berlim – 1995

Arte e ciência de roubar galinha – 1998

O Conselheiro Come – 2000

Você me mata, Mãe gentil – 2004

A gente se acostuma a tudo – 2006

O rei da noite – 2008.

Ensaio:

Política: quem manda, por que manda, como manda – 1981

Literatura infanto-juvenil:

Vida e paixão de Pandomar, o cruel – 1983

A vingança de Charles Tiburone – 1990

Antologia:

História Pitorescas – 1977

Obra seleta – 2005

Participação em coletâneas:

“Lugar e circunstância”. In: Panorama do conto bahiano – 1959

“Josefina”, “Decalião” e “O Campeão”. In: Reunião: contos – 1961

“Já podeis da pátria filhos”. In: Onze em campo e um banco de primeira – 1998

Notícias relacionadas