Dias atrás um internauta levantou questão polêmica nas redes sociais. Segundo ele, ao passar pela Rodovia que liga Fernandópolis a Mira Estrela, observou a existência de maquinas e homens fazendo uma “operação tapa buracos”.
Segundo o internauta, a cena causou estranheza, porque as notícias que vinham sendo divulgadas há tempos informavam que aquela rodovia seria totalmente recapeada. Aliás, as próprias placas afixadas ao longo da pista noticiavam o recapeamento, orçado, segundo consta, em mais de R$ 15 milhões, na sua totalidade.
O assunto rapidamente correu entre os internautas e chegou às paginas dos jornais e sites locais, que buscaram maiores detalhes. O Extra.net publicou matéria de capa em sua edição impressa. Na reportagem, representantes do DER informaram que o procedimento estava correto, ou seja, num primeiro momento, serão tapados os buracos e na segunda fase, será feito o recapeamento integral e a sinalização da pista.
Todo esse intróito tem um único objetivo: mostrar que os cidadãos devem efetivamente “fiscalizar”, não somente aquela, mas todas as obras públicas, até como forma de ajudar nossos governantes a cuidar do nosso rico (e suado) dinheiro.
Óbvio que o recapeamento é necessário, mas precisamos ficar de olho na sua execução, até porque, além de confirmar se o dinheiro público está sendo bem aplicado, se o projeto não for executado da maneira correta, muito brevemente o tráfego sobre a pista ficará prejudicado, da mesma forma como está hoje, criando um círculo vicioso.
Devemos dar crédito ao DER, órgão encarregado da fiscalização, mas sempre fica uma ponta de desconfiança quando lembramos que a empresa encarregada da execução da obra é aquela mesma do escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “máfia do asfalto”.
A verdade é que vemos e ouvimos tantas notícias sobre falcatruas e desvio de verbas públicas que automaticamente ficamos sempre “com um pé atrás” quando nos deparamos com situações como a relatada pelo internauta.
É importante que estejamos de olhos bem abertos e cobremos não só a execução das obras, mas, principalmente, que elas sejam bem feitas. Enfim, o recado está dado: “estamos de olho”.
Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)
