sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Governo fará testes em novembro para importar energia da Venezuela

O governo pretende iniciar ao longo de novembro os testes para importar energia da Venezuela. Na 2ª feira (23.out.2023), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, esteve em Caracas…

O governo pretende iniciar ao longo de novembro os testes para importar energia da Venezuela. Na 2ª feira (23.out.2023), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, esteve em Caracas negociando a volta da compra da energia da hidrelétrica de Guri para abastecer Roraima.

Ele se reuniu com o ministro de Energia Elétrica do governo de Nicolás Maduro, Nestor Luis Reverol Torres. Foi formado um grupo de trabalho entre representantes do Ministério de Minas e Energia, do ONS (Operador Nacional do Sistema) e da empresa responsável pelo setor elétrico da Venezuela para acelerar as tratativas.

Dentre os pontos que serão analisados, estão os procedimentos e requisitos técnicos a serem cumpridos, além dos acordos operacionais e definição do preço.

A ideia também é verificar o estado da linha de transmissão que conecta a hidrelétrica venezuelana a Roraima. Por não ter recebido manutenção adequada, há possibilidade de que o linhão esteja com limitações para transmitir energia, sendo necessária uma reforma.

“Foi uma reunião extremamente importante, onde pudemos avançar para garantir a segurança energética do Norte do Brasil, retomando a importação de energia limpa e renovável de Guri para Roraima. Vamos fazer isso seguindo todas as normas do ONS”, disse Silveira.

A retomada da importação de energia da Venezuela foi viabilizada por um decreto assinado em agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Atualmente, o Brasil tem intercâmbios internacionais de energia elétrica com a Argentina e com o Uruguai, além do Paraguai, por meio de Itaipu.

O Brasil comprou energia de Guri por quase duas décadas para abastecer Roraima. O Estado é o único que não é conectado ao SIN (Sistema Interligado Nacional). Em 2019, a Venezuela cortou o fornecimento em razão de conflitos com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na época, Roraima viveu um agravamento da crise energética, registrando diversos apagões. Atualmente, o Estado é abastecido apenas por termelétricas, movidas a óleo diesel e a gás natural.

“Além de mais sustentabilidade com a compra de energia proveniente da hidrelétrica venezuelana, vamos reduzir o impacto ao meio ambiente e a poluição na região ao diminuirmos o uso das termelétricas a óleo diesel, que ainda são mais caras. Estamos prevendo uma economia de R$ 10 milhões por mês para o consumidor brasileiro ao utilizar menos combustível fóssil”, afirmou o ministro.

Em agosto, Lula assinou a ordem de serviço para início das obras da linha de transmissão que vai conectar Roraima ao SIN. No entanto, a previsão é que a obra só termine em 2025. Depois de concluída, a linha vai ligar o Estado à usina de Tucuruí, no Pará.

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