A partir de primeiro de janeiro, as contas de luz, em quase todo o país, vão trazer um símbolo para ajudar as pessoas a planejar os gastos com a energia.
Na casa de Vaílde e Maria das Graças, se o aparelho não está sendo usado fica desligado da tomada. E o banho é rapidinho. As lâmpadas são do modelo mais econômico, e as janelas ficam sempre abertas para aproveitar ao máximo a luz natural. Resultado: a conta, que era de R$ 116 em janeiro, caiu para R$ 63 agora em dezembro.
“O que fica ligado, só geladeira. As luzes, ao deitar a gente desliga todas elas, não deixa nenhuma acesa e durante a noite que a gente está assistindo, só fica uma, aquela que é necessitada, ligada. Somente isso”, afirma o caminhoneiro Vaílde Alves de Lima.
A partir de janeiro, as contas de luz vão trazer a indicação do custo de geração de energia. São as chamadas bandeiras tarifárias. A bandeira verde significa que o custo de geração está normal. Os reservatórios estão cheios e não há problemas na rede de distribuição.
A amarela quer dizer que as condições estão menos favoráveis e a tarifa vai ficar R$ 1,50 mais cara a cada 100 quilowatt-hora consumidos. E a vermelha vai aparecer quando a energia gerada estiver mais cara. Por exemplo, quando as térmicas forem ligadas para complementar a energia das hidrelétricas. Nesse caso, a tarifa ficará R$ 3 mais cara a cada 100 quilowatt-hora consumidos.
Se já estivesse valendo, hoje a bandeira seria vermelha em todo país. E teria sido assim durante quase todo o ano. Por causa da seca, as hidrelétricas geraram menos energia e as térmicas, que produzem energia mais cara, foram acionadas.
As distribuidoras de energia têm direito a um reajuste de tarifas por ano. Com as bandeiras, uma parte do reajuste vai ser diluída. Todo mês em que o custo da energia subir, esse acréscimo será repassado ao consumidor. E quando as distribuidoras fizerem as contas para o aumento anual, o que já foi pago antecipadamente será descontado do cálculo.
A Aneel acredita que o consumidor passará a usar a energia de maneira mais consciente.
“A bandeira não tem o propósito de arrecadar. Ao contrário: ela tem o propósito de dar o sinal de preço pra que o consumidor, no momento que está consumindo, ter a consciência que estamos em um regime de custo alto, para ele reagir ao consumo e consumir de maneira consciente”, diz Romeu Rufino, diretor-geral da Aneel.
As contas de luz do Amazonas, do Amapá e de Roraima não vão ter as bandeiras tarifárias porque esses estados não fazem parte do sistema interligado nacional.
