domingo, 22 de setembro de 2024
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Foco da crise, Sudeste tem apagões mais frequentes

O total de apagões de grandes proporções caiu em todo o país entre 2013 e 2014, mas o número dessas ocorrências cresceu na região Sudeste/Centro-Oeste, que sofre com o nível…

O total de apagões de grandes proporções caiu em todo o país entre 2013 e 2014, mas o número dessas ocorrências cresceu na região Sudeste/Centro-Oeste, que sofre com o nível crítico dos reservatórios das usinas hidrelétricas.

Na comparação entre os períodos, também houve um aumento do tempo para restabelecer por completo o suprimento de energia nas áreas afetadas.

Os blecautes com corte de fornecimento de mais de 100 MW (energia suficiente para abastecer cerca de 200 mil pessoas), considerados de porte expressivo, recuaram no país de 81, em 2013, para 67, no ano passado. Na contramão, o número de ocorrências no Sudeste/Centro-Oeste passou de 15 para 21.

Já o tempo para o retorno do fornecimento de energia subiu de 93 minutos em 2013 para 114 minutos, em média, nas ocorrências do Brasil todo. Em 2012, quando a atual crise dos reservatórios do Sudeste teve início, o tempo era ainda menor: 65 minutos.

Compilados pela Folha, os dados são de boletins diários do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que registram falhas do sistema. Esses boletins sofrem revisões e os números podem ser maiores.

Para especialistas, tanto o tempo maior para retomar o fornecimento como mais apagões no Sudeste explicitam a fragilidade do sistema num período de baixo nível de reservatórios. Atualmente o nível das reservas do Sudeste/Centro-Oeste é de 17,3%, patamar visto como preocupante.

Segundo Mário Veiga, da consultoria PSR, com os lagos mais vazios, as usinas não conseguem gerar energia a plena capacidade.

Alexandre Szklo, professor da Coppe/UFRJ, afirma que o atraso na entrada de novas usinas também é um entrave, pois o aumento da oferta não acompanha o consumo.

Há ainda, diz, mais falhas no sistema de transmissão, decorrentes da necessidade de manutenções mais constantes que têm sido postergadas. Isso afeta especialmente o tempo de restabelecimento da carga de energia cortada.

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