sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Na Alemanha, celular já dirige carro sem motorista

Usar o smartphone ou tablet para checar emails ou manter contato com uma pessoa distante já se tornou um processo comum no dia a dia das pessoas. Em alguns anos,…

Usar o smartphone ou tablet para checar emails ou manter contato com uma pessoa distante já se tornou um processo comum no dia a dia das pessoas. Em alguns anos, no entanto, estes dispositivos também servirão para dirigir ou estacionar o carro sem a necessidade de um motorista. Se a cena parece tirada de um filme futurístico, saiba que esta realidade está mais próxima do que você imagina.

“Nosso carro urbano inteligente começou a ser desenvolvido há cerca de um ano e meio. Este é o primeiro prótótipo e está praticamente pronto, portanto, caso alguma montadora esteja interessada em implementar estes sistemas em um modelo pequeno, é possível fazer isso em menos de uma década”, explica Gerhard Gumpoltsberger, engenheiro chefe da ZF, um dos principais fabricantes de peças automotivas do mundo, durante apresentação do Smart Urban Vehicle, em Berlim, na Alemanha.

Além deste carrinho “esperto”, o iCarros conheceu cerca de 15 veículos – entre compactos como o VW Up! elétrico e esportivos como Porsche 911 Turbo S e o novo Mercedes-Benz GLE Coupé – para avaliação de equipamentos já disponíveis no mercado ou que estão em fase de testes para chegar a curto ou longo prazo à indústria automotiva, como cintos de segurança com tensionadores inteligentes ou sensores para desvio automático de obstáculos durante a condução.

Qual a senha do wi-fi?

O veículo urbano inteligente é um conceito que integra uma série de tecnologias com o objetivo de tornar o transporte autônomo e eficiente. Com o tamanho semelhante ao de um Volkswagen Up!, é movido por uma bateria de 40 kW, que pode fazê-lo alcançar velocidade máxima de 150 km/h. O compacto integra uma série de câmeras e sensores, mas o principal diferencial está na forma como é comandado: por meio smartphone, tablet ou relógio inteligente.

Com um sinal de wi-fi, o Smart Urban Vehicle pode ser conduzido sem que tenha alguém dentro do carro. Além desta interface digital, o veículo possui 12 sensores de ultrassom e dois infravermelhos na parte dianteira, traseira e laterais que avaliam o espaço ao redor do carro para movimentá-lo ou estacioná-lo. Todo o controle é feito pode meio do toque de um dedo.

Outro diferencial da novidade fica por conta do ângulo de esterçamento das rodas, que chega a 75° e permite, dessa forma, que ele identifique vagas menores, seja perpendicular ou paralelamente. A vantagem fica por conta da otimização do espaço e da possibilidade de não precisar abrir as portas para sair do carro após estacioná-lo, já que o motorista está fazendo todo o processo por fora.

Dentro do veículo, há um botão giratório com os comandos básicos: D (drive), R (ré) e P (parar). Acima dele, a tela de um tablet com o desenho de um carro visto por cima é o “volante” do condutor caso ele não queira usar a direção elétrica de forma tradicional. Basta tocá-la e pressionar o dedo que o carro começa a se movimentar para frente, para a direita ou esquerda com o deslizamento o dedo para todos os lados conforme as setas da imagem.

Mas se a ideia é fazer tudo isso de fora do Smart Urban Vehicle, também é possível. Basta lembrar da época em que você brincava com um carrinho de controle remoto, mas substitua este comando por um celular, tablet ou relógio inteligente. Leva um tempo até acostumar e, em alguns momentos, sua fama de bom motorista pode até ser colocada à prova pela perpecpção diferenciada de condução, mas o treino não deixa de ser divertido.

Outro sistema integrado a um prótótipo colocado para avaliação colocado pela ZF é o Pre Vision Cloud. Por meio de armazenamento de dados na nuvem, o veículo memoriza as rotas comumente traçadas pelo motorista e já antecipa algumas funções do veículo para tornar a condução mais segura. Se no caminho de volta do seu trabalho para casa houver uma curva fechada, por exemplo, o veículo interpreta sinais digitais e já antecipa a redução do torque para que o automóvel não entre em alta velocidade na curva, ou seja, dispensa a frenagem “humana”.

Agora, sem as mãos

Outro equipamento apresentado pela ZF foi um sistema de reconhecimento e mudança automática de faixa da via. Na estrada, basta o motorista selecionar por meio do piloto automático qual velocidade deseja trafegar que o equipamento dá conta não só de reconhecer se há algum outro automóvel à frente e reduzir a velocidade, como mudar de faixa automaticamente. Ou seja, basta ao motorista monitorar o que está acontecendo e ficar, literalmente, de braços cruzados.

Por meio da alavanca da seta, selecionada para a direita ou esquerda, o veículo reconhece a linha contínua do asfalto, avalia se há outro carro vindo nesta direção e realiza a transição de posição do veículo. Enquanto o condutor não trouxer a alavanca de volta, ele continua trocando, até encontrar o limite lateral da via.

Quando questionado sobre a possibilidade de o condutor realizar outras tarefas enquanto o carro anda sozinho, o instrutor foi firme, como bom alemão: “o sistema dá mais tranquilidade e folga aos braços, mas, em hipótese alguma, o motorista deve tirar sua atenção da condução”. Pelo menos, no mundo ideal, distração e direção não se misturam…

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